A cotornicultura tem se destacado como atividade avícola com alto crescimento entre pequenos produtores por necessitar de pouco espaço e infraestrutura e rápido retorno do capital investido. No entanto, os gastos com alimentação representam mais da metade dos custos de produção, tornando atrativo o uso de alimentos alternativos ao milho e ao farelo de soja na formulação de rações, principalmente, aqueles com baixo custo de produção e facilmente encontrados na propriedade. Este estudo teve como objetivo avaliar a qualidade interna e externa de ovos de codornas alimentadas com ração contendo inclusões de erva sal (Atriplex numularia), gliricídia (Gliricidia sepium) e leucena (Leucaena spp), em comparação a qualidade de ovos provenientes de rações comerciais a base de milho e farelo de soja. O experimento foi conduzido em galpão convencional para codornas e em conformidade as normas editadas pelo Conselho Nacional de Controle da Experimentação Animal (CONCEA), e aprovado pela Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA – Protocolo nº. 6306150416) da Universidade Federal de São Carlos. Foram utilizadas 96 codornas em fase de postura, distribuídas em blocos casualizados, submetidas a quatro tratamentos (ração-referência à base de milho e farelo de soja e rações com inclusão de 6% de feno das folhas de erva sal, feno das folhas de gliricídia e feno das folhas de leucena, respectivamente), com quatro repetições e seis aves por parcela. Avaliou-se os parâmetros de qualidade externa (peso específico, porcentagem e espessura de casca) e de qualidade interna (cor de gema, unidade Haugh (UH) e índice de gema (IG)) de três ovos de cada repetição. Após verificadas as pressuposições de normalidade dos erros e homogeneidade das variâncias, os dados foram analisados pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade, ambos pelo procedimento GLM do SAS^®. Não foram observadas diferenças para peso específico e porcentagem de casca (P>0,05) de ovos de codornas alimentadas com as rações experimentais. Porém, verificou-se maior espessura de casca (0,539 mm) nos ovos das aves alimentadas com ração apenas com milho e farelo de soja (P<0,05) em relação aos ovos das codornas que receberam as demais rações. Quanto aos parâmetros internos, o maior escore para cor de gema (P<0,05) foi observado nos ovos de codornas alimentadas com ração contendo leucena (7,17), seguidos pelos das aves que receberam ração com inclusão de gliricídia (5,95), erva sal (5,43) e ração a base de milho de farelo de soja (5,40), sendo que este parâmetro não diferiu entre os dois últimos citados. Não houve diferença para UH entre os ovos provenientes das diferentes rações experimentais, indicando que os alimentos alternativos não alteraram a qualidade dos ovos para consumo. O IG foi melhor (0,464) nos ovos das aves alimentadas com gliricídia na ração (P<0,05), quando comparado ao IG dos ovos de codornas alimentadas com as demais rações. Conclui-se que os alimentos alternativos adicionados às rações de codornas propiciam ovos viáveis para a comercialização.