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Em função da modificação das paisagens que o estado de São Paulo sofreu nas últimas décadas para a agricultura e urbanização, as populações de capivaras (Hydrochoerus hydrochaeris) tem aumentado em diversas regiões. Por se adaptarem bem a esta situação, esses roedores acabam se aproximando do homem, gerando danos às culturas agrícolas e risco de transmissão de zoonoses, como a Febre Maculosa Brasileira (FMB), uma vez que esses animais estão associados ao carrapato Amblyomma sculptum, principal vetor biológico da espécie no estado de São Paulo e reservatório da bactéria causadora da FMB. Assim, o objetivo deste trabalho foi comparar o uso de dois métodos de contagem de indivíduos em um grupo de capivaras. A área de estudo pertence à UFSCar-Araras, e caracteriza-se como paisagem agrícola endêmica para FMB, com a presença de capivaras que podem ter contato com a comunidade acadêmica. De agosto de 2017 a julho de 2018, realizou-se um monitoramento quinzenal de um grupo de capivaras por meio de armadilhas fotográficas e por meio da observação direta de indivíduos. Ainda, os animais foram classificados por faixa etária em filhotes, jovens e adultos. Aplicou-se o teste de normalidade de Shapiro-Wilk a um nível de significância de 0,05 para a contagem total (armadilha fotográfica: p=0,17, observação direta p=0,008); e por faixa etária (armadilha fotográfica: adulto - p=0,01; jovem - p=0,01; filhote - p=0,55) observação direta: adulto - p=0,79; jovem - p=0,31; filhote - p=0,30). Para as amostras com distribuição normal, o teste T de Student foi aplicado e, no caso de amostras com distribuição não-normal, utilizou-se o teste de Mann-Whitney. Os testes foram realizados por meio do software R. A média máxima de capivaras por contagem direta e armadilhamento fotográfico foi, respectivamente, 34,41 ± 8,10 e 37,91 ± 6,20 indivíduos. Não houve diferença significativa entre os métodos de amostragem (p=0,071), também não foi encontrado diferença significativa quando comparado por faixa etária (adulto: p= 0,129; jovem: p=0,847; filhote: p=0,177). Apesar de não haver diferença significativa entre os métodos, as armadilhas fotográficas mostraram-se mais eficazes por apresentarem menor variação na contagem ao longo do tempo e, por facilitarem seu uso em área de vegetação densa ou de difícil acesso para o pesquisador, dispendendo menos tempo em campo do que o método de observação direta, todavia o alto custo dos equipamentos e os constantes gastos com baterias atuam como fator limitante. O campus possui um grupo numeroso de capivaras quando comparado a áreas naturais, o que é preocupante, uma vez que o uso de áreas em comum com a comunidade acadêmica aumenta o risco da transmissão da FMB. No geral, a contagem pelos dois métodos foi eficiente, e ambos permitiram o monitoramento do grupo de capivaras no campus da UFSCar Araras.

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