Última alteração: 2018-10-15
Resumo
Devido às variedades de solo, relevo e clima, o país possui grande diversidade de formações vegetais, como as Florestas Ciliares (FC) que ocorrem nas margens de rios e nascentes; e a Floresta Estacional Semidecidual (FES) que é a mais seca que a Floresta Ombrófila Densa e mais úmida que o Cerrado. No estado de São Paulo, a vegetação remanescente está altamente fragmentada e apenas 0,5% desses fragmentos apresenta área igual ou superior a 500 hectares. Estudos recentes envolvendo restauração ecológica têm reforçado a importância das trepadeiras, principalmente lianas, nesse processo, especialmente devido à fragmentação dos diferentes sistemas florestais no estado de São Paulo. Assim, o objetivo deste trabalho foi reconhecer o estrato de trepadeiras na área de transição entre FC e FES. A área de estudo foi um dos fragmentos pertencentes à Guarnição da Aeronáutica de Pirassununga, com área total de 6.500 hectares (ha), dos quais cerca de 1.500 ha compreendendo áreas fragmentadas de FES associada à FC e de formações de Cerrado. O método empregado foi o de coletas aleatórias ao longo da borda da vegetação e de trilhas existentes no interior do fragmento. Todas as trepadeiras encontradas na área de estudo com flor ou fruto foram coletadas independente do diâmetro do seu caule. A identificação ocorreu através das chaves de identificação e da comparação de várias características morfológicas entre o material coletado e as fotos presentes em guias de identificação e Flora do Brasil 2020 em construção (2018). Os resultados obtidos foram comparados com os trabalhos realizados com trepadeiras na região. Foram identificadas 24 espécies pertencentes a 13 famílias. As famílias que apresentaram maior riqueza foram Bignoniaceae e Malpighiaceae. Quanto ao tipo de caule, 71% são lenhosas e 29% herbáceas. Em relação ao mecanismo de escalada, 46% eram volúveis, 29% escandentes e 25% preênseis. Embora a quantidade de espécies identificadas tenha sido inferior ao dos trabalhos realizados na região, a área estuda têm potencial à conservação da biodiversidade de trepadeiras, já que cinco espécies aqui reconhecidas não foram encontradas nos estudos semelhantes realizados na região. Além disso, as trepadeiras presentes no dossel da vegetação da transição entre FES e FC não foram totalmente exploradas devido à dificuldade para escalada, devendo haver espécies que ainda não foram identificadas.
Palavras-chave
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