O Brasil é o maior exportador de carne bovina do mundo. Nos últimos dez anos, entre 2007 e 2017, segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne – ABIEC, houve alta de 41% no valor total exportado pelo país e aumento de 8,5% no total de abate de bovinos. Apesar do bom desempenho econômico, a atividade gera externalidades negativas que afetam o meio ambiente. Desta forma, o objetivo do presente trabalho é analisar quais os problemas ambientais gerados pela produção de carne bovina e verificar o panorama do processo de certificação de carnes, o qual pode contribuir para conciliar aspectos ambientais e econômicos para uma produção mais sustentável. A metodologia do presente trabalho consiste em uma pesquisa exploratória com fontes de dados secundários (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA e Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne - ABIEC) e também utiliza, como suporte, publicações pertinentes sobre o tema. As principais externalidades negativas presentes na bovinocultura brasileira que impactam o meio ambiente são: emissão de gases do efeito estufa, degradação de pastagem, poluição dos recursos hídricos, degradação de ecossistemas ambientais e problemas relacionados com o processo produtivo, como a adição de aditivos, remédios, suplementos, vermífugos e antibióticos, bem como a sanidade e origem da carne produzida. Dentro dessa problemática, vem se despontando a questão da certificação ambiental e a rastreabilidade animal, que visam diminuir as externalidades citadas. Os tipos de certificação ambiental vigentes no Brasil são: certificação de qualidade, certificação de sanidade, certificação de responsabilidade social e certificação de produtos orgânicos.  De acordo com o Sistema Brasileiro de Identificação e Certificação de Bovinos e Bubalinos, do MAPA, há no Brasil 1.641 propriedades aptas para atender aos mercados que exigem identificação em relação ao processo de rastreabilidade animal. Estas propriedades, por estado, estão distribuídas da seguinte forma: Mato Grosso (27,6%); Goiás (24,98%); Minas Gerais (16,45%); Mato Grosso do Sul (15,41%); São Paulo (8,1%) e Rio Grande do Sul (5,54%) e Paraná (1,40%). Vale destacar que os processos de certificação e rastreabilidade animal conferem maior qualidade dos produtos, diminuindo a assimetria de informação sobre os mesmos e podem permitir a comercialização destes produtos com preços 30% superiores aos convencionais. Sendo assim, o presente estudo, busca evidenciar a necessidade de se avançar nos processos de certificação, para que o Brasil mantenha seu market share e se fortaleça no cenário internacional com produtos que tragam maior segurança, valor agregado e qualidade no consumo, sendo, assim, fundamental rastrear a origem dos produtos da cadeia produtiva de carne bovina. Portanto, maior gestão e fiscalização dentro do setor são necessárias para se avançar neste processo.