Portal de Eventos CoPICT - UFSCar, [UFSCar Araras] XXV CIC e X CIDTI - 2018

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DESENVOLVIMENTO VEGETATIVO E PRODUTIVO DE PLANTAS DE LIMA ÁCIDA TAHITI EM PLANTIO DIRETO E ADENSADO
Raphael Licerre, Rodrigo Fernandes Almeida, Alexandre Gonçalves Próspero, Fernando Alves Azevedo, Patrícia Marluci Conceição

Última alteração: 2018-10-01

Resumo


O sistema de plantio direto é uma das inovações no setor de produção mais sustentável. O plantio adensado também vem surgindo como boa opção aos citricultores, muito em função do aumento da produtividade. Com este trabalho objetivou-se avaliar os sistemas de plantio direto, cultivo mínimo e convencional para cultivo adensado de lima ácida ‘Tahiti’ [Citrus latifolia (Yu. Tanaka) Tanaka] enxertada em trifoliata ‘Flying Dragon [Poncirus trifoliata var. monstrosa (T. Ito) Swingle. Em novembro/2014 semeou-se a lanço, Crotalaria juncea + Urochloa ruziziensis, 30 e 12 Kg de sementes ha-1, respectivamente. Em março/2015, a área foi roçada e utilizou-se um enleirador para projetar toda fitomassa para a linha de plantio dos citros. O espaçamento utilizado foi de 4,5 x 2,0m, considerado adensado para os padrões atuais da cultura. O tratamento testemunha foi o plantio convencional, sem plantas de cobertura. Cada parcela tem 15 plantas de Tahiti, distribuídas em três linhas (cinco plantas linha-1) em delineamento de blocos ao acaso. Após o plantio das mudas o manejo da vegetação intercalar seguiu os seguintes tratamentos: (PD) plantio direto com glifosato na linha, com mulch de Urochloa ruziziensis na linha; (PDSH) plantio direto sem glifosato na linha, com mulch de U. ruziziensis na linha; (CM) cultivo mínimo com glifosato na linha, sem mulch de U. ruziziensis na linha e U. ruziziensis na entrelinha; e (CONV) plantio convencional com glifosato na linha, sem mulch, com vegetação natural na entrelinha. O manejo da entrelinha foi feito com roçadeira enleiradeira lateral (‘ecológica’) nas parcelas de plantio direto e convencional nas demais, sempre que a vegetação intercalar atingiu o máximo desenvolvimento vegetativo. Nestas mesmas datas houve aplicação do herbicida glifosato (5L ha-1) na linha de plantio do Tahiti em todos os tratamentos, exceto no PDSH. Nas entrelinhas do tratamento CONV permaneceu a vegetação espontânea e foram gradeadas uma vez por ano (maio/2018). Foram avaliadas a fitomassa seca da vegetação intercalar e o mulch na projeção da copa da lima ácida ‘Tahiti’; densidade de plantas daninhas; umidade do solo na linha de plantio, além do sistema radicular (porta-enxerto) e, por fim, o desenvolvimento vegetativo e a produção de frutos de lima ácida ‘Tahiti’. A deposição de fitomassa de braquiária na linha de citros foi maior nos tratamentos PD e PDSH, enquanto que maior deposição na entrelinha foram verificadas em CM e CONV. Maior controle de plantas daninhas foi observado no tratamento PD, possivelmente devido a junção dos controles físico, pelo mulching, e químico. Para a umidade no solo foram verificados maiores valores nos tratamentos em que haviam palhada na linha, ou seja, PD e PDSH. Maior produtividade foi registrada no tratamento PD, enquanto que maior desenvolvimento vegetativo em CM. Quanto ao sistema radicular não houve diferença significativa entre os tratamentos. Conclui-se que há grande potencial da combinação copa x porta–enxerto em estudo (lima ácida Tahiti x trifoliata Flying dragon), principalmente no sistema conservacionista de plantio direto, apresentando-se como ferramenta importante para a sustentabilidade e rentabilidade da citricultura.


Palavras-chave


roçadora ecológica, mulching, glifosato, Urochloa ruziziensis, adensamento

Referências


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