Última alteração: 2018-10-16
Resumo
A Floresta Estacional Semidecidual (FES, domínio Mata Atlântica) e o Cerrado foram os domínios mais devastados no Estado de São Paulo. Estes remanescentes têm sua função de conservação da biodiversidade comprometida devido à fragmentação, urbanização e pressão agrícola. Conhecer o estrato herbáceo-arbustivo é imprescindível para que se conheça a estrutura florestal num contexto geral, principalmente no que condiz a regeneração natural, a sucessão ecológica e a dinâmica de populações de plantas. O objetivo desse trabalho foi efetuar um levantamento florístico deste estrato, a fim de reconhecer as espécies herbáceo-arbustivas na margem do rio Mogi-Guaçu, área de transição entre Floresta Ciliar e FES e contribuir para a obtenção de coleções botânicas referentes à área de estudo, ainda pouco estudada. O estudo foi conduzido entre os anos de 2017 e 2018 na Guarnição da Aeronáutica de Pirassununga, (Município de Pirassununga). A área analisa foi dividida em dez pares de parcelas de 10 x 10 m em área de FES contínua à Floresta Ciliar, montadas paralelamente à margem do rio, onde a distância entre a 1ª parcela e o rio, bem como a distância entre a 1ª parcela e a 2ª parcela era de aproximadamente 5 m. As coleções botânicas foram obtidas de acordo com as recomendações de Simpson (2010), coletando-se três ramos em estágio reprodutivo, seguidamente havendo os processos de prensagem, secagem em estufa e preparação de exsicatas. Os espécimes foram fotografados, georreferenciados e posteriormente depositados no herbário da UFSCAR, campus Araras. Para a identificação das famílias e espécies se utilizou Souza e Lorenzi (2014), Wanderley et al. (2003, 2007, 2012), a Flora do Brasil 2020 em construção, e o SpeciesLink. Foram obtidas 42 coleções na área de estudo, correspondentes a 11 espécies diferentes; quatro coleções ainda não foram identificadas devido à escassez material reprodutivo para análises mais detalhadas. Constatou-se a presença de Clidemia hirta (L.) D. Don, Ruellia brevifolia (Pohl) C. Ezcurra, Piper amalago L. e Palicourea marcgravii A.St.-Hil, o que corrobora com outros trabalhos realizados em FES no Estado de São Paulo. A espécie Goeppertia flavescens (Lindl). Borchs. & S.Suárez ( Maranthaceae), que, de acordo com a Flora do Brasil 2020 em construção só era conhecida até o momento para os estados do Paraná e Rio de Janeiro, tratando-se aqui, provavelmente de uma nova ocorrência para o Estado de São Paulo. Esta nova ocorrência demonstra a importância de levantamentos florísticos em fragmentos florestais no Estado de São Paulo.
Palavras-chave
Referências
FLORA DO BRASIL 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: < http://floradobrasil.jbrj.gov.br/ >. Acesso em: 26 set. 2018.
SPECIES LINK. Disponível em: <http://splink.cria.org.br/>. Acesso em: 26 set. 2018.
SOUZA, V. C.; LORENZI, H. Chave de identificação para as principais famílias de Angiospermas e Gimnospermas nativas e cultivadas do Brasil. São Paulo: Nova Odessa; Ed. Plantarum, 3ª edição, 31 p. 2014.
WANDERLEY, M. G. L; SHEPHERD, G. J; GIULIETTI, A. M; MELHEM, T.S. Flora Fanerogâmica de São Paulo – Volume 3. São Paulo: FAPESP: RiMa, 367p. 2003.
WANDERLEY, M. G. L; SHEPHERD, G. J; MELHEM, T.S; GIULIETTI, A. M. Flora Fanerogâmica de São Paulo – Volume 5. São Paulo: Instituto de Botânica, 476p. 2007.
WANDERLEY, M. G. L; SHEPHERD, G. J; MELHEM, T.S; GIULIETTI, A. M; MARTINS, S. E. Flora Fanerogâmica de São Paulo – Volume 7. São Paulo: Instituto de Botânica, 380p. 2012.