Portal de Eventos CoPICT - UFSCar, [UFSCar Araras] XXV CIC e X CIDTI - 2018

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Desenvolvimento de frutos de pimenta biquinho (Capsicumchinense) descritos por modelos de regressão não lineares
Larissa de Oliveira Chicaglione, Simone Daniela Sartorio de Medeiros, Adriano Sebastião dos Santos, Victor Augusto Forti, Fernando Cesar Sala, Marta Regina Verruma Bernardi

Última alteração: 2018-10-18

Resumo


As pimentas da espécie Capsicumchinense são originárias do hemisfério ocidental e, no Brasil, foram domesticadas por indígenas da região amazônica. Como sua representante, a pimenta biquinho tem sido procurada cada vez mais pelo consumidor que a escolhe por sua alta atratividade em parâmetros de sabor e baixa picância. O gênero Capsicum é o que apresenta a mais ampla variação em cor, tamanho e formato de frutos, contudo poucas cultivares uniformes estão disponíveis. Mesmo sendo muito produtiva, o grande problema de seu cultivo é a colheita manual, pois a maturação dos frutos não é uniforme. Nesse sentido, os programas de melhoramento genético buscam o aumento da frequência de alelos favoráveis para gerar materiais que possam servir, posteriormente, como base para o desenvolvimento de novas cultivares. Nos estudos que envolvem curvas de crescimento, os modelos não lineares podem ser amplamente utilizados, já que são biologicamente interpretáveis e necessitam de menos parâmetros. O objetivo do presente estudo foi descrever o crescimento em comprimento e largura, em milímetro, dos frutos da cultivar de pimenta biquinho BRS Moema, utilizando, para isso, modelos de regressão não lineares. Os dados utilizados são oriundos de experimento conduzido em campo na Universidade Federal de São Carlos, Campus Araras, realizado no período de março a novembro de 2017. Para a avaliação dos frutos, utilizou-se paquímetro digital eletrônico, sendo as medições realizadas duas vezes na semana a partir da antese, até que fosse obtida duas medidas consecutivas menores que anterior, totalizando treze avaliações (1, 6, 10, 13, 16, 20, 23, 27, 30, 35, 40, 43 e 47 dias). Os modelos não lineares ajustados para ambas as variáveis foram o de Gompertz e o Logístico, com parâmetros estimados através do método de mínimos quadrados, empregando-se o método interativo de Gauss-Newton. Para seleção de modelos, utilizou-se o Critério de Informação de Akaike (AIC). O modelo que apresentou melhor ajuste para descrever o comprimento da pimenta biquinho foi o de Gompertz, já para a variável largura, o logístico foi selecionado. Constatou-se que os frutos da cultivar BRS Moema tiveram em média maior desenvolvimento em comprimento médio (23,22 mm) do que em largura (13,64 mm). A taxa de média do crescimento do comprimento das pimentas foi 0,1446 mm/dia, já a largura foi de 0,1912 mm/dia; tais parâmetros foram estimados com um erro padrão pequeno (0,01), indicando uma boa precisão. Contudo, notou-se uma grande variabilidade na assíntota das curvas, indicando uma ampla variação no tamanho e largura dos frutos, tal fato sugere, que para futuros estudos, o uso de um modelo regressão não linear misto pode melhorar a descrição do comportamento do crescimento dos frutos de pimenta biquinho. A escolha do modelo que melhor explique os dados é extremamente relevante, sendo essencial em estudos dessa natureza, principalmente quando se faz a comparação com outras variedades, pois os resultados dos testes podem mudar.


Palavras-chave


modelo de regressão; curvas de crescimento, pimenta biquinho