Última alteração: 2018-10-23
Resumo
O crescimento das plantas está vinculado à produção de hormônios reguladores pelos próprios vegetais ou pela microbiota associada, além da absorção de nutrientes e minerais presentes no solo. Entre os microrganismos do solo, as bactérias destacam-se como promotoras de crescimento (BPCV) via mecanismos indiretos e ou diretos, como a produção de ácido indol-acético (AIA) e a solubilização do fosfato inorgânico. O AIA é um hormônio do grupo das auxinas que apresenta um papel fundamental no enraizamento e crescimento apical por meio de estímulos tanto na elongação celular quanto na divisão e diferenciação celular. O fósforo é um nutriente importante para todos os seres vivos, os quais o processam em grande quantidade, pois ele faz parte da composição de moléculas orgânicas essenciais à vida. Com base nisso, esse elemento participa do metabolismo energético, constitui os ácidos nucléicos e membranas celulares. O presente trabalho teve como objetivo, isolar, selecionar e quantificar a produção de AIA e a solubilização de fosfato por bactérias isoladas de amostras de solo rizosférico das culturas de soja, milho e cana-de-açúcar coletadas no campus Araras da UFSCar. Os solos foram coletados a uma profundidade de 0 - 10cm, peneirados. Suspensões contendo 10 g de solo e 90 mL de solução salina (0,85% estéril) foram realizadas, diluições seriadas preparadas e aliquotas inoculadas em placa de Petri com meio de cultura Luria-Bertani (LB). As colônias que cresceram passaram por uma seleção de acordo com seus aspectos morfológicos como tamanho, forma, coloração, borda e superfície da colônia. A distinção de bactérias solubilizadoras de fosfato foi realizada em meio BDYA, acrescido de fosfato inorgânico, sendo a formação de um halo claro ao redor da colônia, o indicativo para a característica. Por outro lado, a verificação da produção de AIA foi efetuada em placas de Petri com meio TSA, acrescido de L-triptofano e com papel de filtro cobrindo a colônia. A mudança de coloração do branco para o avermelhado revelou a presença do hormônio. A quantificação da produção de AIA foi avaliada, cultivando-se cada isolado em caldo LB acrescido de L-triptofano e a análise realizada em diferentes tempos pela reação com o reagente Salkowski (2% de FeCl3 0,5M em 35% de ácido perclórico). Dessa forma, estipulou-se a concentração de compostos indólicos no espectrofotômeto com base em uma curva padrão. No total, isolaram-se 48 bactérias com características morfológicas distintas, sendo 13 obtidas de soja, 18 de milho e 17 da cana-de-açúcar. Os isolados da cana-de-açúcar apresentaram maiores porcentagem de microrganismos produtores de ácido indol acético (58,8%) e, em contrapartida, o maior produtor de AIA com 1042,03 μg.mL-1: em 72 horas de cultivo foi obtido de um isolado de soja (S2). Com relação à solubilização de fosfato, 35% dos selecionados de cana-de-açúcar apresentaram a característica, porém os índices de solubilização determinados foram considerados baixos.
Palavras-chave
Referências
GORDON, S.A.; WEBER, R.P. Colorimetric estimulation of indole-acetic acid. Plant Physiology, Washington, v.26, n.3, p.192-197, 1951.
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