Última alteração: 2018-10-28
Resumo
A crescente devastação nos ecossistemas evidenciam a importância do estudo e desenvolvimento de novas técnicas para a recuperação das áreas afetadas. As práticas adotadas em projetos de restauração vêm ganhando um novo foco, em não somente recompor a vegetação, mas possibilitar a regeneração natural e o reestabelecimento da funcionalidade ecológica local. Sendo assim, a legislação e as resoluções ambientais surgem como ferramentas de orientação para embasamento teórico e prático dessas ações.
Com a utilização de um protocolo de restauração, analisou-se a eficiência de diferentes modelos de restauração. A partir dessa análise, foi possível apontar qual o modelo mais eficiente no que diz respeito à restauração das funcionalidades ecológicas e, realizando a comparação com a legislação vigente no estado de São Paulo, a SMA n°32, de 2014, indicar possíveis pontos a serem aperfeiçoados na resolução, sobre os indicadores, proporção de grupos ecológicos e espaçamento, por exemplo.
Composta por três módulos de plantio (repetições ao acaso), divididos em 10 modelos com diferentes densidades e proporções de grupos ecológicos (pioneiros e não-pioneiros) e espécies selecionadas de acordo com a sua função ecológica, a área foi avaliada quanto ao seu desenvolvimento em alguns fatores considerados principais, como a altura dos indivíduos, a medida de DAP, cobertura do solo, cobertura de copa e a taxa de regeneração natural. Cada indicador foi utilizado para comparar as diferentes áreas entre si, a fim de se apontar qual a mais eficiente.
A partir das análises comparativas entre os diferentes modelos de restauração testados no experimento, podemos apontar que as áreas com espaçamento de 2x1 (semi-adensado) vêm obtendo resultados mais satisfatórios quando comparadas às outras áreas, podendo-se observar o equilíbrio necessário entre o espaçamento. A composição de espécies entre os grupos sucessionais que obteve destaque foi com 60% de espécies pioneiras e 40% de espécies não-pioneiras, diferindo dos outros em alguns pontos específicos e fundamentais.
A obtenção de resultados mais concretos se dará em decorrência do estudo à longo prazo, devido à necessidade da ocorrência do processo de sucessão ecológica no local. Por hora, pode-se definir que o modelo padrão empregado nos modelos de restauração ainda muito utilizados, com espaçamento 3x2m, não é o mais adequado para se implementar em áreas de RAD. Ainda que os custos de implantação sejam mais elevados nos modelos com espaçamento mais adensados, resultados como a melhor cobertura de copa e do solo, a diminuição no número de manutenções e, consequentemente, melhores resultados, dão destaque à esses novos modelos.
No que diz respeito à SMA n°32, pode-se indicar alguns pontos principais a serem revistos: o espaçamento indicado para projetos de restauração e o consequente número de indivíduos por área, a proporção de espécies entre os grupos ecológicos e a definição de um indivíduo regenerante para contagem. Assim, é encorajado a abertura de uma brecha para que se possa definir projetos com parâmetros e estratégias específicos adequados ao local onde será instalado.