Última alteração: 2018-10-24
Resumo
Entre as espécies nativas de rápido crescimento o guapuruvu (Schizolobium parahyba) desponta como espécie potencial para os mais diversos usos. No entanto, pouco se sabe sobre o comportamento da espécie oriunda de monocultivos. O presente trabalho teve por objetivo a realizar a medição das dimensões dos vasos do lenho de Schizolobium parahyba (Vell.) Blake (guapuruvu) em idade precoce com a finalidade de subsidiar as pesquisas para o seu uso nestas condições além de fornecer a informação acerca da qualidade da madeira de guapuruvu plantada em sistema inédito para espécies nativas (monocultivo adensado) e a consequente valorização econômica da espécie. Para isso, foram amostradas duas árvores provenientes de plantio experimental localizado na UFSCar campus Sorocaba, aos 38 meses, plantadas em espaçamento 1,0m x 1,0m. Os troncos das árvores foram subdivididos em discos nas alturas da base, 25%, 50%, 75% e 100% da altura, considerada até a inserção dos primeiros galhos. Destes discos foram retiradas amostras para a confecção de lâminas histológicas a fim de verificar a variação das dimensões dos vasos entre posições longitudinais no tronco. Em cada posição de amostragem longitudinal foram mensurados 30 vasos. Os valores do diâmetro dos vasos foram obtidos em equipamento de análise de imagens (microscópio de polarização, modelo Leica DM2700 P com câmera e monitor de vídeo e software de medição. O diâmetro dos vasos variou em média de 222,68 a 464,44 µm na árvore 1 e de 192,21 a 308,95µm para a árvore 2. Os valores foram inferiores aos encontrados na literatura para a espécie, tal fato se deve a idade precoce do material (38 meses de idade), e a restrita área útil por planta. Além disso, foi possível observar uma clara tendência de aumento das dimensões dos vasos da base para o topo conforme. Isso ocorreu em função do material ser formado, neste caso, apenas de madeira juvenil, ainda em estágio de formação.
Palavras-chave
Referências
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