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Acúmulo de frio para a superação da dormência em gemas de pessegueiro no Estado de São Paulo
Geovanna Taeko Rodrigues Moreira, Robson Ryu Yamamoto

Última alteração: 2019-10-11

Resumo


No contexto global das mudanças climáticas, o Brasil encontra condições marginais propícias para estudo da dormência em espécies frutíferas de clima temperado. O objetivo principal consistiu na quantificação do acúmulo de frio, por meio de dados climáticos (temperatura) e modelos matemáticos, visionando a determinação da profundidade da dormência em gemas. Os modelos matemáticos utilizados foram o de horas de frio e de unidades de frio, utilizando dados de temperatura obtidos por datalogger no local do experimento, além de dados históricos obtidos de estações meteorológicas do INMET. Foram coletados ramos com gemas, que foram colocados em câmaras de crescimento para determinação da profundidade da dormência através do teste biológico. A fenologia a campo também foi acompanhada, principalmente na senescência das folhas e início da floração e brotação. A cultivar PS caracterizou como a que necessitou de mais tempo em dias para a brotação e baixa eficiência na mesma, o que demonstra possuir maior requerimento de frio. As cultivares Kampai, Fascínio e Aurora tiveram valores semelhantes de tempo para brotação em condições forçadas (alta temperatura e fotoperíodo mais longo), o que indicam possuírem requerimento de frio semelhantes. O Modelo Matemático da Carolina do Norte mostrou-se mais ajustado para o cálculo do acúmulo de frio nas condições subtropicais do Estado de São Paulo. O cálculo das horas de frio, entre os meses de junho e agosto no ano de 2018, foram obtidos os seguintes valores: 184 HF abaixo de 12°C, 75 HF abaixo de 10ºC e apenas 22 HF abaixo de 7,2°C, sendo que todas estas faixas de temperatura podem ser consideradas como efetivas para o cálculo do acúmulo de frio.


Palavras-chave


Dinâmica da dormência; Inverno ameno; Acúmulo de Frio; Modelagem; Mudanças Climáticas;

Referências


7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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