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Dinâmica Espacial e Temporal da Cobertura Vegetal Nativa das Zonas de Amortecimento das Unidades de Conservação do Estado de São Paulo
Alexandre Bomfim Gurgel do Carmo, Paulo Guilherme Molin

Última alteração: 2021-03-18

Resumo


A continuidade e perpetuidade de diversas espécies do mundo sofrem ameaças antrópicas em seu meio natural. Um exemplo desta influência é a substituição da vegetação nativa por pastagens, agricultura e áreas urbanas. As dinâmicas de paisagem, resultantes de processos antrópicos, direcionaram a criação da primeira unidade de conservação (UC). O planejamento e estruturação de zonas de amortecimento (ZA) é uma estratégia importante para atingir os objetivos de conservação das UCs, e também mitigar os problemas de isolamento. Uma ZA é dita como um local, ao redor da UC, em que o uso e ocupação da terra podem sofrer influências e restrições específicas para a proteção e aumentar a conservação. Dito isso, especula-se que uma vez definida as ZA de determinas UCs, haja um incremento de cobertura florestal ao longo do tempo. Tendo em vista a grande quantidade de UC’s no estado de São Paulo, sua dispersão geográfica e a ausência de índices para um possível ranqueamento quantitativo e qualitativo do estado de conservação das ZA, criou-se a necessidade de pesquisas que permitam essa avaliação. O presente trabalho, financiado pela FAPESP, teve por objetivo avaliar, em uma escala temporal, partindo de 1988 até 2018, em janelas de 10 anos, como as ZA’s das UC’s estão evoluindo em relação a sua cobertura de vegetação nativa, aplicando-se métricas de paisagem e dinâmica da paisagem. Foi realizado o download do uso e ocupação do solo pelo MapBiomas, dos anos propostos, e também dos arquivos vetoriais dos limites das UC’s do estado de São Paulo com suas respectivas ZA’s correspondentes, disponibilizadas pelo Instituto Florestal, Fundação Florestal e Ministério do Meio Ambiente. Para as UC’s que não foram obtidos os arquivos vetoriais ou não possuíram ZA, foi gerado um buffer de 10 km a partir de seu limite territorial, como previsto pela Lei n° 9.985/2000. A partir desses dados, analisou-se a dinâmica da paisagem, a partir do software Dinamica EGO, e aplicou-se as métricas da paisagem, por meio do software V-Late. As métricas utilizadas foram: Número de Fragmentos, cobertura de área, área nuclear e densidade de fragmentos. Com os resultados gerou-se um ranking das 10 melhores situações de conservação das ZA’s e das 10 piores situações de conservação, com base na sua área de vegetação nativa em relação área total, sendo que a maioria das UC’s melhores conservadas se encontram na região da Serra do Mar e as piores se encontram distribuídas ao redor do estado. Posteriormente, analisou-se a dinâmica da paisagem e o uso e ocupação do solo para os anos propostos. Observou-se que para as UC’s com melhor ranqueamento, aumentou o nível de cobertura vegetal, diminuiu a ocupação pelo setor agropecuário e uma diminuição nas áreas não vegetadas. Nas UC’s com pior ranqueamento, a área de vegetação nativa se manteve constante, as áreas de agropecuária aumentaram e as áreas não vegetadas diminuíram. Espera-se que as instituições que gerem as UC’s estudadas levem em consideração este estudo, o qual pode auxiliar seu planejamento, com a finalidade de melhoria na conservação dessas áreas.


Palavras-chave


Geoprocessamento, Planejamento Ambiental, Diagnóstico Ambiental