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Adolescência, internet e saúde mental: uma revisão da literatura.
Maria Fernanda Barboza Cid, Sara Malvez Bienzobas

Última alteração: 2021-02-25

Resumo


INTRODUÇÃO: De acordo com a literatura, o advento da internet e das redes sociais têm, cada vez mais, atravessado os cotidianos dos indivíduos de forma geral, especialmente de adolescentes e, embora já aponte indicativos da existência de uma relação entre a modernidade tecnológica e seus frutos e o desenvolvimento psicossocial do adolescente, estudos que aprofundem nessa temática são incipientes. OBJETIVO: O objetivo da presente revisão foi identificar e analisar, estudos e relatos publicados em periódicos nacionais e internacionais que relacionam a saúde mental de adolescentes e o uso da internet. METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão sistemática da literatura, do tipo scopingreview. Para a proposta, foi realizada uma busca ativa nas bases Scopus, Web Of Science e a Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), a partir dos descritores, em inglês: adolesc*, teenage*, young* social networks, internet, online, mental health e mental suffering, com critérios de inclusão e exclusão específicos que selecionaram trinta e quatro artigos, publicados entre 2009 e 2020, para a amostra final. RESULTADOS: Após a análise dos estudos encontrados, constatou-se que pouco foi produzido em território nacional, com uma concentração de publicações entre os anos de 2015 e 2016, mas com fortes indicativos de uma intensificação com o passar do tempo; as produções também sinalizam que se trata de uma temática de interesse interdisciplinar que está em ascensão em nível mundial. Para uma melhor discussão, a partir da análise dos objetivos, foram identificadas três categorias temáticas: 1) Uso prejudicial e indiscriminado das redes sociais; 2) A violência no ambiente virtual - Cyberbullying e Vandalismo Cybernético e 3) A internet como um meio de exposição do sofrimento psíquico. A partir dos resultados, em geral, foi possível verificar que o público adolescente se tornou o alvo central do alcance do mundo virtual e que isso tem gerado um impacto direto em seu cotidiano, comportamento e relações, podendo suscitar ou agravar problemas psicológicos e emocionais. Observou-se que o gênero feminino parece ser mais suscetível ao uso prejudicial das redes sociais e que, por outro lado, o meio virtual, por ser um potente vinculo influenciador, pode colaborar para o desenvolvimento de estratégias de intervenção precoce e promoção à saúde mental. CONCLUSÕES: O presente trabalho de revisão identificou estudos que sinalizam o claro aumento da circulação de adolescentes pelo território virtual, o que tem crescido e gerado consequências para a saúde mental dessa população. As produções aqui estudadas identificam uma relação direta e proporcional entre o abuso das novas tecnologias e o sofrimento psíquico, social, estético e emocional dos adolescentes. No entanto, mais estudos são necessários considerando outros contextos socioeconômicos e culturais, no sentido de ampliar a compreensão sobre esta realidade, que é dinâmica e contribuir para o desenvolvimento de estratégias de proteção à saúde mental de adolescentes.


Palavras-chave


adolescências, saúde mental infantojuvenil, uso da internet