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Biomarcadores bioquímicos no fígado de Danio rerio após exposição a água do rio Sorocaba.
Gabriel Hiroshi Fujiwara, Cleoni Santos Carvalho

Última alteração: 2021-02-25

Resumo


Introdução

Muitos dos efluentes urbanos brasileiros chegam em seus corpos hídricos, principais reservatórios de água potável, sem tratamento. A contaminação ambiental, por diferentes tipos de substâncias químicas, e, suas respectivas combinações, é um dos principais problemas a ser enfrentado e que traz consequências aos organismos que ali vivem. Diversos contaminantes podem afetar o ecossistema aquático, dentre os quais podem-se citar os agroquímicos, estrogênios e os metais, logo, a realização de ações de monitoramento acaba tornando-se necessária para possibilitar o manejo correto dessas áreas.

Nessa perspectiva, os efeitos de substâncias tóxicas sobre estes organismos podem ser avaliados e monitorados utilizando os biomarcadores (ou endpoints), alterações biológicas que expressam a exposição e/ou o efeito tóxico de contaminantes no ambiente refletindo na resposta do organismo que pode ser comportamental, fisiológica, celular, bioquímica ou molecula. Os biomarcadores, portanto, podem auxiliar na descrição e compreensão dos mecanismos de adaptabilidade frente aos estressores ambientais.

Objetivo

Avaliar o potencial do uso dos biomarcadores como: níveis de LPO (lipoperoxidação), PCO (proteínas carbonilas) e da MT (metalotioneína) no fígado; atividade da NOS (óxido nítrico sintase) e da AChE (acetilcolinesterase) no cérebro de Danio rerio no monitoramento da qualidade da água do rio Sorocaba.

Metodologia

O modelo experimental seguiu quatro etapas metodológicas, sendo elas:

  1. Coleta das amostras de água do rio Sorocaba em dois pontos geográficos diferentes, mas hidrograficamente relacionados, o primeiro (P1) próximo à cidade de Ibiúna e o segundo na barragem do Reservatório de Itupararanga (P2).
  2. Exposição dos organismos modelos (D. rerio) a essas amostras de águas, juntamente com o controle, durante um período de 96h.
  3. Anestesiamento e retirada dos órgãos, fígado e cérebro, dos animais.
  4. Análises laboratoriais personalizadas para cada biomarcador estudado.

Tal metodologia foi seguida em dois momentos diferentes, Agosto (período seco) e Março (período chuvoso).

Resultados

Para o período chuvoso, os resultados laboratoriais registraram quedas significativas, em relação ao grupo controle, nos níveis da Metalotioneína (MT) e da óxido nítrico sintase (NOS) para P1.

No período seco, os biomarcadores da acetilcolinesterase (AChE) e da NOS tiveram suas atividades reduzidas em P2, pari passu, houve um aumento siginificativo dos níveis das proteínas carbonilas (PCO), em P1, e da MT, em P1 e P2.

Por fim, não houve alterações siginificativas registradas para o biomarcador da lipoperoxidação (LPO) em ambos os períodos.

Conclusões

Os resultados experimentais, bem como suas análises, mostraram haver possíveis agentes e compostos que podem provocar efeitos e reações tóxicas para o ecossistema formado pelas águas do rio Sorocaba, tendo seus efeitos potencializados durante os períodos de tempos secos se comparados aos períodos de tempos chuvosos.

As metodologias empregadas para AChE, PCO, MT e NOS mostraram-se potencialmentes eficientes no uso como biomarcadores para a avaliação de estresse oxidativo e fisiológico para a espécie modelo (D. rerio).

A resposta do biomarcador LPO, ao decorrer das análises laboratoriais, levantou a necessidade de mais investigações metodológicas para uma melhor elucidação dos resultados obtidos.

Palavras-chave


peixe, contaminantes, estresse oxidativo