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Enfermeiros da Atenção Primária à Saúde: Práticas relacionadas ao uso de antimicrobianos
Nathalia Valentim Jarina, Lívia Cristina Scalon da Costa Perinoti, Daniela Sanches Couto, Rosely Moralez de Figueiredo

Última alteração: 2021-02-25

Resumo


Introdução: A Atenção Primária à Saúde (APS) é a principal porta de entrada ao Sistema Único de Saúde e os enfermeiros que ali atuam acabam, mesmo que indiretamente, realizando ações de prevenção das Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS). Entre essas ações inclui-se o manejo do uso de antimicrobianos, que visa garantir o uso de antimicrobiano correto, reduzindo efeitos adversos, o uso desnecessário e certificando a segurança do paciente. Devido à importância mundial do tema resistência microbiana e dos enfermeiros como peças-chave na APS, realizou-se este estudo. Objetivo: Identificar práticas relacionadas ao manejo do uso de antimicrobianos, já realizadas por enfermeiros na APS, em sua atividade diária. Método: Trata-se de um estudo quantitativo, descritivo e transversal, do tipo survey, realizado com enfermeiros atuantes na APS de diferentes municípios do Brasil. Os participantes foram identificados por técnica de bola de neve e convidados a responder um questionário no Google Forms®, no período de outubro a novembro de 2020. Todos os aspectos éticos foram contemplados. Concordaram em participar do estudo 112 enfermeiros. Resultados: Os resultados encontrados apresentam que 70,5% (79) dos entrevistados realizam frequentemente ou sempre orientações para coleta de exames de cultura; 52,7% (59) checam frequentemente ou sempre os resultados de cultura dos usuários em uso de antimicrobiano; 63,4% (71) identificam frequentemente ou sempre o histórico de alergias a medicamentos. Por outro lado, 41% (46) dos enfermeiros entrevistados referem que nunca ou raramente coletam material para cultura na própria unidade; 46,4% (52) nunca ou raramente realizam busca ativa por usuários faltosos em uso de antimicrobianos e 40,1% (45) que nunca ou raramente dão continuidade em tratamentos com antimicrobianos, pós alta hospitalar, na sua unidade. Conclusão: Estes achados identificam que orientações para coleta de cultura, checagem de resultados de cultura, identificação do histórico de alergias a medicamentos, coleta de material para cultura; busca ativa por usuários faltosos em uso de antimicrobianos e continuidade em tratamentos com antimicrobianos, pós alta hospitalar, são práticas de controle de IRAS e manejo de antimicrobianos, já inseridas (em maior ou menor frequência) na rotina do enfermeiro da APS. Sugere-se que estas ações, já realizadas, subsidiem a discussão e implementação de práticas mais estruturadas de controle de IRAS e manejo de antimicrobianos na APS e direcionem o desenvolvimento das competências necessárias para a plena inserção do enfermeiro nesse contexto.


Palavras-chave


enfermagem; APS; antimicrobianos

Referências


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