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COMO A PREDAÇÃO PARCIAL DE SEMENTES AFETA A GERMINAÇÃO? TESTES COM Eugenia spp. (MYRTACEAE)
Bianca Rita Bimbatti, Alexander V. Christianini

Última alteração: 2021-02-25

Resumo


A predação de sementes pode ser um processo chave na estruturação da diversidade em comunidades de plantas e frequentemente restringe a capacidade de crescimento de suas populações. Contudo, nem toda tentativa de predação termina com a morte da semente. Há evidências de que algumas espécies, especialmente as de sementes grandes, toleram certa quantidade de dano às sementes e ainda permanecem capazes de germinar. Os estudos que testam esta resistência ao dano parcial às sementes disponíveis para o Brasil mostram que algumas Myrtaceae resistem bem a estes danos. O objetivo deste estudo foi investigar em maior detalhe como o dano parcial às sementes afeta a germinação de acordo com o tamanho das sementes e intensidade do dano, em cinco espécies de Myrtaceae e uma de Fabaceae. Foram coletadas sementes de Eugenia pyriformis, E. involucrata, E. uniflora, Myrcia splendens, Psidium myrtoides e Inga edulis, somando 924 sementes de 18 indivíduos. As sementes foram submetidas a cinco tratamentos para simular o dano por granivoria: (I) controle - semente intacta; (II) remoção de até 25% da massa com um estilete; (III) remoção entre 25% a 50%; (IV) remoção de 50% a 75% e (V) remoção maior que 75%. As sementes foram pesadas antes e depois da simulação do dano. Sementes com maior massa média tenderam a tolerar melhor o dano, especialmente no gênero Eugenia. As sementes de E. pyriformis tiveram sua germinação acelerada com danos de até 25% da massa. Inga edulis não se mostrou suscetível aos danos causados às sementes. As sementes maiores mostram maior capacidade de sobrevivência ao sofrer algum dano por predadores, o que pode representar uma vantagem no desenvolvimento e estabelecimento de sua plântula.


Palavras-chave


predação de sementes; ecologia vegetal; Myrtaceae