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A inclusão no ensino superior: condições e perspectivas
Bianca Lorenzi Dan, Fernanda Vilhena Mafra Bazon

Última alteração: 2021-02-25

Resumo


Diante da reserva de vagas para as pessoas com deficiência nas instituições federais de ensino superior garantida em lei e, consequentemente, do aumento do ingresso de alunos com deficiência neste nível de ensino, é pertinente que se investigue como as instituições de ensino superior estão respondendo às necessidades dos estudantes (BRASIL, 2016; GUERREIRO; ALMEIDA; SILVA FILHO, 2014). A partir destas considerações, esta pesquisa teve como objetivo analisar as condições de inclusão escolar de alunos com deficiência em uma universidade federal localizada na região sudeste do país. Para atender aos objetivos da pesquisa, pautamo-nos na abordagem qualitativa de pesquisa, compreendendo duas fases: um levantamento de documentos normativos sobre inclusão e a aplicação de instrumentos de autopreenchimento (IAPs) aos participantes. A pesquisa contou com 20 participantes, sendo 19 docentes e 1 gestor. A partir dos IAPs, pudemos mapear as condições de inclusão e acessibilidade presentes na instituição e também as significações dos sujeitos sobre o processo inclusivo. Analisou-se as respostas dos IAPs por meio do levantamento de indicadores de motivos e necessidades presentes nas respostas (GONZÁLEZ-REY, 2002). Os resultados obtidos nos permitiram identificar uma série de barreiras que dificultam tanto o acesso quanto à permanência dos alunos com deficiência e/ou necessidades educacionais especiais (NEE) na instituição estudada. Os recursos existentes no campus são escassos, apresentam defeitos e não contemplam todas as deficiências; a infraestrutura do campus é inadequada; os participantes não possuem entendimento claro sobre os fatores envolvidos no processo inclusivo, considerando, majoritariamente, apenas recursos arquitetônicos como garantia de acessibilidade. Mais do que isso, não consideram as condições de permanência um elemento fundamental para a efetivação da inclusão e estão despreparados para lidar com o público-alvo da educação especial devido, principalmente, às lacunas em suas formações. Além disso, verificamos preconceitos nos discursos de alguns participantes e muitos ressaltaram a falta de conhecimento sobre as condições de alunos com deficiência e/ou NEE. Apesar do importante avanço com o crescimento de normativas políticas sobre a inclusão no país, concluímos que a instituição estudada não se encontra em condições ideais de garantia de acesso pleno e de permanência aos alunos com deficiência e/ou NEE.


Palavras-chave


inclusão. ensino superior. formação

Referências


BRASIL. Lei nº 13.409, de 28 de dezembro de 2016. Altera a Lei nº 12.711, de 29 de agosto de 2012, para dispor sobre a reserva de vagas para pessoas com deficiência nos cursos técnico de nível médio e superior das instituições federais de ensino. Diário Oficial da União, 29 dez. 2016. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/lei/l13409.htm. Acesso em: 20 mai. 2020.

 

GONZÁLEZ-REY, F. Sujeto y subjetividad: una aproximación histórico-cultural. México: Editora Thomson, 2002.

 

GUERREIRO, E. M. B. R.; ALMEIDA, M. A.; SILVA FILHO, J. H. da. Avaliação da satisfação do aluno com deficiência no ensino superior. Avaliação (Campinas), Sorocaba, v. 19, n. 1, p. 31-60, mar. 2014. DOI: https://doi.org/10.1590/S1414-40772014000100003. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/aval/v19n1/03.pdf. Acesso em: 21 mai. 2020.