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EFEITOS DA PRÁTICA DA MEDITAÇÃO NA SAÚDE MENTAL DE ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS: AS EMOÇÕES E A AUTOCOMPAIXÃO
Paula Giovana Furlan, Caroline Kayasima

Última alteração: 2021-03-18

Resumo


Introdução: A prática da meditação tem sido utilizada como tecnologia para enfrentamento dos diferentes problemas complexos do mundo moderno, como violência, suicídio, dificuldades interpessoais, ansiedade, estresse, distúrbios psíquicos, sendo estas temáticas cada vez mais comuns no contexto universitário. Estudos atuais evidenciam os efeitos da meditação no reconhecimento das emoções básicas e das experiências, nas ações mais conscientes, na redução da ansiedade e dos sentimentos negativos e na melhora na qualidade de vida e da felicidade em geral. Objetivos: Revisar e avaliar a qualidade metodológica de estudos randomizados, observacionais e de intervenção sobre os efeitos da prática da meditação nas emoções e na autocompaixão de estudantes universitários. Metodologia: Pesquisa qualitativa com revisão sistemática da literatura, avaliação da qualidade metodológica pelo instrumento Checklist Downs and Black e análise de conteúdo. Revisão nas bases de dados Scielo e BVS de artigos completos publicados entre 2013 a 2018, português e inglês, com os descritores: estudantes (students) E meditação (meditation) OU atenção plena (mindfulness). Incluídos os estudos que utilizaram os instrumentos: Positive and Negative Affect Schedule (PANAS) e/ou Self-Compassion Scale (SCS), os quais visam avaliar os afetos e a autocompaixão; e excluídos os artigos de revisão. Resultados: Foram selecionados 15 estudos, sendo a média geral de 17 pontos na análise metodológica. Dois estudos pontuaram mais de 20 pontos. Os principais fatores que acarretaram a diminuição da pontuação foram: não randomização, não descrição dos confundidores e dos eventos adversos e não ser estudo do tipo duplo cego. As pesquisas indicaram que a intervenção com meditação foi efetiva na diminuição de afetos negativos, melhora nos afetos positivos e autocompaixão em comparação aos grupos controle. Porém, os estudos apresentaram limitações relacionadas ao tempo de intervenção, amostra reduzida e não representativa. Conclusões: Os estudos apresentaram satisfatória qualidade metodológica, considerando a sua natureza para a pontuação. Ressalta-se a escassez de estudos brasileiros e pesquisas qualitativas sobre o assunto.


Palavras-chave


Meditação; Estudantes; Saúde Mental; Afeto; Revisão

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