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Influência de diferentes concentrações de pectina e polpa cítrica no crescimento de fungos entomopatogênicos
Erick Sekiama Rocha, Mariana Altenhofen da Silva, Renato Nallin Montagnolli, Gabriel Bacoccina Motta, Gabriela Santos de Paula, Ricardo Toshio Fujihara

Última alteração: 2021-03-18

Resumo


A principal forma de controle de formigas-cortadeiras é por meio de iscas granuladas à base de sulfluramida, ingrediente ativo altamente persistente no ambiente e bioacumulativo. Fungos entomopatogênicos podem ser uma alternativa eficaz, segura e ecologicamente sustentável para o controle biológico de cortadeiras. Contudo, devido à dificuldade em se desenvolver veículos efetivos de transmissão fúngica, o uso desses agentes biológicos ainda não é realidade. Esferas (< 0,5 cm) constituídas de uma matriz biopolimérica contendo fungos imobilizados podem ajudar no processo de contaminação das colônias. Dessa forma, buscamos avaliar a influência de diferentes concentrações de pectina (biopolímero) e polpa cítrica (ingrediente atrativo) no crescimento de fungos entomopatogênicos comerciais. Utilizamos os fungos Beauveria bassiana (cepa ESALQ PL63), Metarhizium anisopliae (cepa ESALQ E9) e Isaria fumosorosea (cepa ESALQ 1296). Preparamos as suspensões dos fungos, seguindo as recomendações do fabricante, que foram inoculadas em meio de cultura BDA estéril com diferentes concentrações (% m/v) de pectina (0,875; 1,75; 3,5 e 7); polpa cítrica (0,75; 1,5; 3; 6); e pectina e polpa cítrica (0,875 + 0,75; 1,75 + 1,5; 3,5 + 3 e 7 + 6), totalizando doze tratamentos com cinco repetições, os quais foram acondicionados em BOD (29 ± 1°C) por 11 dias Registramos o crescimento das colônias por meio de fotografias, do 2º ao 11º dia. Para I. fumosorosea, fotografamos a cada 12 horas, e para os outros fungos, a cada 48 horas. Utilizamos o software ImageJ para mensurar o crescimento micelial (mm2). Este foi correlacionado com o tempo (dias), para as diferentes concentrações de pectina, polpa cítrica e pectina com polpa cítrica, através de regressão linear. Realizamos outra regressão com a área de crescimento (mm2) do 11º dia e a concentração (g/100mL) comparando a área de crescimento de cada fungo entre os tratamentos. Posteriormente, aplicamos o teste t de Student (p < 0,05) comparando as médias de crescimento micelial de uma mesma espécie fúngica entre os tratamentos (concentrações) de um mesmo substrato (pectina, polpa cítrica e polpa cítrica com pectina) e teste de Tukey (p < 0,05) entre as concentrações de um mesmo substrato. Verificamos que as diferentes concentrações não influenciaram na germinação e crescimento dos fungos, que apresentaram ótima viabilidade durante todo o período de avaliação, mantendo suas características. Pelo teste t verificamos que houve diferença significativa somente no tratamento com I. fumosorosea, entre as concentrações de pectina e polpa cítrica (1,75 +1,5 x 7 + 6) (p = 0,01) e (3,5 + 3,5 x 7 + 6) (p = 0,02). Não verificamos diferença significativa entre os tratamentos pelo teste de Tukey. Para os três fungos, as equações de regressão entre a área de crescimento e dias apresentaram um bom ajuste, com altos valores para os coeficientes de determinação R2. Dessa forma, a pectina e a polpa cítrica demonstraram potencial como componentes para formulação de um veículo que carreie os fungos entomopatogênicos para o interior das colônias de formigas-cortadeiras.


Palavras-chave


formigas-cortadeiras; controle biológico; biopolímero

Referências


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