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Levantamento do perfil psicomotor e sensorial de crianças com Transtorno do espectro autista (TEA)
Maria Fernanda Barboza Cid, Amanda Dourado de Souza Akahosi Fernandes, Letícia Migliati Polli

Última alteração: 2021-03-18

Resumo


Introdução: O autismo foi descrito pela primeira vez por Leo Kanner em 1943 e reconhecido cientificamente décadas depois. Apenas em 1980 passou a ser considerado como “Transtorno Invasivo do Desenvolvimento” (TID), presente na Classificação Internacional de Doenças (CID) e em 2013 integrado ao Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – quinta edição (DSM V) com a classificação de Transtorno do Espectro Autista (TEA) (BRASIL, 2013). A literatura tem indicado que crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), além de apresentarem as características típicas do espectro, podem ter atrasos no desenvolvimento psicomotor e sensorial (OLIVEIRA et al, 2015), sendo esta última adotada como critério para o diagnóstico no DSM V (AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION et al, 2013). Porém, observa-se uma escassez na literatura científica no que tange a identificação destes aspectos de forma que favoreça as intervenções e assistência à essa população. Objetivo: O objetivo geral do presente estudo foi identificar o perfil psicomotor e sensorial de crianças com diagnóstico de TEA. Metodologia: Quanto ao método trata-se de uma pesquisa descritiva, de abordagem qualiquantitativa. Participaram da pesquisa nove crianças de quatro a dez anos, com diagnóstico de TEA, vinculados à Unidade Saúde Escola (USE) – Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e seus responsáveis. Foram utilizados três instrumentos para coleta de dados: Questionário de dados gerais da criança; Perfil sensorial e Bateria Psicomotora. Os dados foram analisados a partir das instruções relativas a cada instrumento utilizado na pesquisa. Além disso, os dados relativos ao formulário de identificação foram analisados descritivamente. Resultados: Os resultados apontaram que as crianças com TEA possuem déficits, em relação ao psicomotor, nos seguintes aspectos: noção do corpo, estruturação espaço-temporal, praxia global e fina. Já em relação ao sistema sensorial, apresentaram alterações significativas no sistema auditivo, vestibular e multissensorial, além de constante procura sensorial, inatenção, processamento sensorial e um baixo desempenho no aspecto motor fino. Conclusão: Aponta-se para a importância de maiores investimentos nesse campo, uma vez que as crianças com TEA têm apresentado importantes déficits, conforme identificado nesse estudo e na literatura, sendo que ao identificar essa realidade, traz importantes contribuições no planejamento de ações voltadas a este público, assim como nas proposições políticas que visam o cuidado à essa população.

 


Palavras-chave


Transtorno autístico. Desenvolvimento. Terapia Ocupacional

Referências


Referências:

AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION et al. DSM-5: Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais. Artmed Editora, 2013.

BRASIL. Linha de cuidado para a atenção às pessoas com Transtornos do Espectro do Autismo e suas famílias na rede de atenção psicossocial do Sistema Único de Saúde. Ministério da Saúde. Versão Preliminar, p. 19- 30, Brasília, 2013.

OLIVEIRA, R. et al. Perfil motor de crianças autistas participantes do atendimento educacional especializado da cidade de Porangatu/GO. Pirenópolis: II Congresso de Ensino, pesquisa e extensão da UEG, 2015.