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DETERMINAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DE COBRE EM ÁGUA POTÁVEL COM ELEVADO POTENCIAL DE AGRESSIVIDADE CORROSIVA
FELIPE EDUARDO DE SOUZA OLIVEIRA, ERICH KELLNER

Última alteração: 2021-03-18

Resumo


A qualidade físico-química das águas subterrâneas é função das interações com a mineralogia do solo/rocha durante sua infiltração e do seu tempo de permanência nos aquíferos além das influências antrópicas decorrentes do uso e ocupação do solo. Com isso é comum encontrar águas com diferentes graus de qualidade e agressividade que podem variar de corrosivas à incrustantes (MESTRINHO, 1996). Águas que apresentem agressividade corrosiva podem atacar tubulações metálicas podendo alterar a qualidade da água para o consumo humano (LANE, 1993). Segundo Gentil (2014), a corrosão é um processo de degradação de um material pela ação do meio. De maneira simplificada, a corrosão é a transformação de um metal em um íon metálico pela sua interação química ou eletroquímica com o meio em que se encontra, ocorrendo a troca de elétrons entre um elemento químico do material e um do meio. Uma das formas de verificar a agressividade da água é determinando o Índice de Saturação de Langelier. O objetivo deste trabalho foi o de determinar a variação da concentração de cobre na água em função do tempo de exposição desta com amostras de tubos de cobre. Foram dispostos 87 pedaços de tubulação de cobre, com diâmetro 3/4” e 6 cm de altura em 3 béqueres com capacidade volumétrica de 2L. Cada béquer recebeu 1 litro de água proveniente de manancial subterrâneo, cujo Índice de Saturação foi previamente determinado como “moderadamente corrosivo” (LSI = -3,2804). Os béqueres foram mantidos em incubadoras à temperatura de 20°C e por diferentes tempos: 1 mês, 1 semana e 1 dia. Transcorridos os períodos determinados para cada béquer, coletou-se a água neles contida. Tanto antes da inserção das peças metálicas na água, quanto após o período de contato, determinou-se, para a água, os parâmetros: temperatura, dureza, alcalinidade, sólidos dissolvidos totais, pH e concentração de cobre, conforme métodos estabelecidos pela APHA (1995). Para as peças metálicas foram determinadas as massas, antes e após a imersão da água, empregando-se balança analítica com capacidade de pesagem de até 220 g., precisão de 0,1 mg, devidamente calibrada. Todas as medidas foram feitas em triplicata, sendo considerado os valores médios obtidos. Com os resultados obtidos para temperatura, dureza, alcalinidade, sólidos dissolvidos totais e pH foi determinado o Índices de Saturação, conforme proposto por Langelier (1936). As concentrações médias de cobre presente na amostra líquida para os tempos de exposição de 1 mês, 1 semana e 1 dia foram, respectivamente, 1,8003mgCu/l, 1,4187mgCu/l, 1,0663mgCu/l, não sendo detectável concentração de cobre na água do manancial subterrâneo. Em relação a massa das peças da tubulação de cobre observou-se redução de 1,8003g, 1,4158g e 1,0562g respectivamente para as amostras por 1 mês, 1 semana e 1 dia. As massas das tubulações de cobre foram reduzidas, em relação a massa inicial, em 0,3082%; 0,2425% e 0,1799%, respectivamente, quando expostas por um mês, uma semana e um dia. As concentrações médias de cobre na água após os tempos de exposição foram inferiores ao valor máximo permitido (2 mg/L) pela portaria de potabilidade (BRASIL, 2017).


Palavras-chave


Qualidade da Água

Referências


AMERICAN PUBLICH HEALTH ASSOCIATION – APHA. Standard Method for the examination of water and wastewater. 19ed. Washignton: Byrd Prepess Springfield, 1995.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria de Consolidação nº 5/2017 de 28 de setembro de 2017. Consolidação das normas sobre as ações e os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde. Brasília, 2017.

GENTIL, V. Corrosão. Rio de Janeiro. LTC.2014.

LANE, R. W. Control of Scale and Corrosion in Building Water Systems. New York: McGraw Hill, 1993.

LANGELIER, W. F., “The Analytical Control of Anticorrosion Water Treatment” Journal of American Water Works Association 1936, 28, 1500-1521.

MESTRINHO, S. S. P. Qualidade das Águas. In: GONÇALES, V. G.; GIAMPÁ, C. E. (Eds) Águas Subterrâneas e Poços Tubulares Profundos.Ed. 1ª. São Paulo: Signus Editora, 2006, p.100-136.