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In vitro, atividade de enzimas antioxidantes e estresse oxidativo em células epiteliais de pulmão humano, A549, expostas a material particulado atmosférico.
Letícia Silva de Andrade, Priscila Rodrigues Siqueira, Iara Costa Souza, Marisa Narsiso Fernandes

Última alteração: 2021-03-18

Resumo


No Brasil, o material particulado atmosférico (MPA) se relaciona diretamente com a emissão de partículas na atmosfera em decorrência das atividades industriais e processos de urbanização. Na região costeira do Espírito Santo, Grande Vitória, onde há o complexo metalúrgico de Tubarão, o MPA é composto principalmente por metais e nanopartículas metálicas emitidos pelas indústrias minero-siderúrgicos, gerando contaminação contínua dos ecossistemas terrestres e aquático. A exposição constante da população ao MPA faz com que os nanomateriais metálicos sejam internalizados nos organismos, particularmente nas células pulmonares, via respiração.  Os componentes do MPA internalizados podem desencadear alterações no balanço redox nas células pulmonares gerando estresse oxidativo que, em geral, é a etiologia de diferentes doenças do sistema respiratório. Em vista disso, esse estudo teve como objetivo determinar se a exposição ao MPA coletado próximo ao Complexo Tubarão, Espírito Santo, altera a atividade das defesas antioxidantes em células de pulmão, in vitro. A linhagem celular utilizada no estudo foi a A549, células epiteliais provenientes do tecido pulmonar humano. Essas células foram expostas por 24 horas ao MPA, tamanho de 10 µm de diâmetro (MP10) nas concentrações subletais de 1,0 µg mL-1, 5 µg mL-1, 10 µg mL-1, 20 µg mL-1 e 40 µg mL-1. Posteriormente, foi determinada a atividade das enzimas antioxidantes catalase (CAT) e glutationa peroxidase (GPx) e medido os níveis de peroxidação lipídica (LPO) e de glutationa reduzida (GSH) nas células expostas. Em todos os ensaios realizados não mostraram diferença significante em comparação ao controle, nas concentrações administradas. No entanto, apenas essas análises não possibilitam afirmar a não ocorrência do estresse oxidativo nessas células (A549), assim, mais testes serão realizados para analisar outras enzimas e outras possíveis alterações no metabolismo celular. Uma vez que o MPA é potencialmente tóxico para o ecossistema e a população da região de Vitória, espera-se que mais estudos possam contribuir para assegurar proteção ao ambiente e a sociedade exposta ao contaminante.


Palavras-chave


Contaminantes emergentes, biomarcadores bioquímicos, catalase, glutationa peroxidase, glutationa

Referências


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