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Migração de cloretos no estado não-estacionário de compósitos cimentícios de ultra-alto desempenho com pó de vidro
Lucas Vitoretti Dias, Fernanda Giannotti da Silva Ferreira

Última alteração: 2021-02-25

Resumo


Concretos de ultra alto desempenho (CUAD) são caracterizados por sua elevada resistência mecânica e alta durabilidade. No entanto, para se atingir tais características é necessário um elevado consumo de cimento (superior a 1000 kg/m³). Desta maneira, torna-se interessante buscar um substituto viável para o cimento a fim de reduzir o impacto ambiental destes concretos. Neste contexto, o pó de vidro se apresenta como um material interessante, devido as suas características pozolânicas e ao fato de ser um resíduo, contribuindo-se para a sustentabilidade. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar a migração de cloretos no estado não-estacionário dos CUAD com substituição parcial do cimento por pó de vidro, em teores de 0%, 10%, 20%, 30% e 50%, na idade de 28 dias. Os materiais utilizados na produção dos compósitos foram: cimento Portland CPV ARI, sílica ativa, pó de vidro passante na peneira de malha #200 (partículas menores que 75 μm), areia quartzosa natural, além de aditivos superplastificante e redutor de retração. Para determinar o coeficiente de difusão de cloretos foram determinadas as frentes de penetração de cloretos e o teor total de cloretos. A caracterização dos compósitos foi realizada por meio de ensaios de resistência à compressão axial, módulo de elasticidade e absorção de água. A análise dos resultados do ensaio de migração de cloretos indicou uma tendência de aumento no coeficiente de difusão de cloretos com o aumento do teor de pó de vidro. No entanto, a análise estatística dos dados indica que apenas as amostras com 50% de substituição apresentaram uma diferença significativa, indicando que o pó de vidro é um substituto viável ao cimento em termos de durabilidade à penetração de cloretos. Os valores de resistência à compressão aos 28 dias variaram de 98 a 121,7 MPa, o módulo de elasticidade variou de 41,5 a 45,5 GPa e a absorção de água, de 0,077 g/cm² a 0,092 g/cm², indicando comportamentos semelhantes dos CUAD com e sem a incorporação de pó de vidro.


Palavras-chave


Compósito cimentício; Pó de vidro; Migração de cloretos

Referências


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