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VERIFICAÇÃO DOS IMPACTOS DAS VARIÁVEIS MACROECONÔMICAS NOS FUNDOS DE PREVIDÊNCIA NO BRASIL
Andressa Katagay Miyazono, Andrei Aparecido de Albuquerque

Última alteração: 2021-02-25

Resumo


1. INTRODUÇÃO:   Nos anos anteriores ao período de 1990, a economia brasileira apresentava alto grau de instabilidade. Assim, medidas foram adotadas, sendo a implementação do Plano Real, em 1994, a de maior impacto no cenário macroeconômico (PIMENTA JUNIOR; HIGUCHI, 2008). Desse modo, houve maior diversificação de produtos, possibilitando o aumento da indústria de fundos de investimentos (ARAGÃO; BARROS, 2005). Diante disso, uma das opções que tem crescido no Brasil são fundos de previdência privada, classificados em Renda Fixa, Ações, Balanceados e Multimercados. Tal busca foi motivada especialmente pela Reforma da Previdência em pauta nos últimos anos, mantendo a representatividade dessa categoria em torno de 17,5% do Patrimônio Líquido até março de 2019. (YOSHINAGA; ROCHMAN; JUNIOR, 2019). Assim, estudos foram realizados para analisar o comportamento do mercado acionário diante de variáveis econômicas, como demonstram as pesquisas de Grôppo (2005), Bernadelli & Bernadelli (2016) e Pimenta Junior e Higuchi (2008).
2. OBJETIVOPelo fato dos fundos previdenciários serem uma classe do mercado de capitais, a variação de tais índices pode impactar o desempenho desses fundos, levando ao objetivo central do projeto, consistindo na verificação da existência de causalidade entre a cota de fundos previdenciários com a oscilação das variáveis econômicas tidas como Taxa de Juros, Inflação e Taxa de Câmbio, entre os anos de 2014 e 2018. 3.    METODOLOGIA:Primeiramente, realizou-se um estudo sobre as variáveis macroeconômicas abordadas, bem como fundos de previdência e a relação entre eles. Para a execução da pesquisa, foram coletadas cotas de investimentos dos Fundos de Previdência com os maiores Patrimônios Líquidos por categoria disponibilizados pela ANBIMA (2020) entre os anos de 2014 e 2018, totalizando 18 fundos. Além disso, foram obtidas as séries históricas dos dados referentes à Taxa Selic, Taxa de Câmbio e IPCA fornecidas pelo Banco Central. Após a coleta, realizou-se o tratamento de dados a serem computados no software estatístico R para a aplicação do Teste de Causalidade de Granger (Granger, 1986) e Análise de Correlação. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO:O fator econômico de maior relevância foi a Taxa de Câmbio, ao nível de 5% de significância, contrapondo os resultados de Silva (2011) apresentados para os fundos de previdência multimercados. Além disso, as hipóteses nulas de não causalidade foram rejeitadas para o IPCA e Selic para determinados fundos de previdência da categoria multimercado e de ações. Já no que tange os resultados alcançados pelas análises de correlação, a maioria apontou correlação negativa, demonstrando que o aumento da variação dos índices econômicos levou a uma queda na maioria das cotas dos fundos observados. No entanto, um ponto relevante foi a correlação positiva entre a maior parte de Renda Fixa (RF) e de Ações com a Taxa Selic.  Dessa forma, os resultados obtidos evidenciaram que no período entre 2014 a 2018, as variáveis macroeconômicas, no geral, não tiveram tanto impacto na variação das cotas dos fundos de previdência, tendo relevância apenas para a Taxa de Câmbio e, na categoria de Renda Fixa, a Taxa Selic.

Palavras-chave


variáveis macroeconômicas; fundos de previdência; taxa de juros; câmbio; inflação.

Referências


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