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PROTOCOLO PARA AVALIAÇÃO DE SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS ORIUNDOS DE ÁREAS VERDES URBANAS
ELIANA CARDOSO LEITE, VALÉRIA LETICIA MARQUES BARBOSA

Última alteração: 2021-02-25

Resumo


A aglomeração em centros urbanos acarreta a fragmentação dos ambientes naturais, importantes tanto do ponto de vista do bem-estar humano quanto da conservação. As áreas verdes urbanas podem abrigar serviços ecossistêmicos (SE), benefícios diretos advindos dos ecossistemas, divididos em 4 categorias (provisão, regulação, culturais e suporte), que afetam diretamente o bem-estar humano. Os SE podem providenciar um discurso de proteção ao meio ambiente com  um enfoque diferente, voltado ao ser humano, sensibilizando a população, de forma a alavancar políticas públicas conservacionistas. Contudo, existem diversas lacunas na aplicação do conceito de SE nas áreas urbanas, visto que este é um enfoque muito recente, e a falta de conhecimento sobre a realidade brasileira é ainda mais acentuada. Visando suprir tal demanda, foi elaborado um protocolo para avaliação dos SE em áreas verdes urbanas, com adaptação para o município de Sorocaba - SP, que também foi a área de testes. Para tal, foi feita revisão bibliográfica para a compilação de possíveis indicadores, respectivos descritores, com 4 classes de amplitude, e justificativas. Após a seleção, o protocolo foi testado e ajustado. O protocolo em questão é de fácil utilização e poderá ser utilizado na capacitação de técnicos, do poder público, para análise de áreas verdes.

As áreas testadas foram escolhidas com base em Mota (2016), e representaram as 3 categorias de floresta urbana: Unidade de Conservação (UC) - Parques Chico Mendes e da Biodiversidade; Área de Interesse Ambiental (AIA) - Parques da Água Vermelha e Ouro Fino; e  e Espaços Livres de Uso Público de Interesse Social (ELUPIS) - Parques Carlos Alberto de Souza, Miguel Gregório de Oliveira e das Águas. Os parques foram comparados, em tabela, quanto ao fornecimento de serviços, e classificados como “baixo, médio ou alto” fornecimento. O Parque “Ouro Fino” obteve a melhor pontuação final, apresentando alto fornecimento, enquanto o “Parque das Águas” obteve a pior pontuação, apresentando baixo fornecimento; outros parques apresentaram notas finais medianas. Os objetivos alterados pela pandemia foram alcançados, mas muito do que foi planejado anteriormente não pôde ser realizado, devido aos atrasos na comunicação com a prefeitura ou ao regime da quarentena. O protocolo se mostrou adequado o suficiente para apontar diferenças entre os parques, contudo, não entre as categorias de áreas. Isso pode indicar que algumas áreas deveriam ser mais protegidas, pelo alto fornecimento de SE, sendo re-categorizadas.



Palavras-chave


serviços ecossistêmicos áreas verdes urbanas

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