Portal de Eventos CoPICT - UFSCar, XXVII CIC e XII CIDTI

Tamanho da fonte: 
ESTUDO DA CADEIA DE PRODUÇÃO DA LARANJA NA REGIÃO SUDOESTE DO ESTADO DE SÃO PAULO: Uma Contribuição ao Desenvolvimento Regional
Anna Beatriz Medeiros Nyssen, Edenis Cesar Oliveira

Última alteração: 2021-03-18

Resumo


O Sudeste brasileiro é, desde o século XVIII, o principal centro de riquezas do país; nessa região consolidou o primeiro núcleo citrícola do país. Dados reforçam a importância de tais estados, já que 65% da área plantada no Brasil está inserida no estado de São Paulo, que detém também 77% da produção do país. A produção de laranja em Paranapanema foi de 95.370 toneladas produzidas; do total, 71% foi destinada e comercializada pela Cooperativa Agroindustrial Holambra. A pesquisa objetivou analisar a dinâmica estabelecida pela cadeia produtiva da cultura da laranja comercializada pela Cooperativa Agroindustrial Holambra. Este estudo, caráter exploratório-descritivo amparada por uma revisão bibliográfica que exerceu o papel de sustentação teórica, foi dividido em duas partes. A primeira, foi a coleta de dados em fontes oficiais; a segunda consistiu no levantamento de dados primários obtidos diretamente com a Cooperativa Agroindustrial Holambra, especificamente quanto ao cultivo da laranja, possibilitando condições para, somada as duas etapas, elaborar a matriz estrutural da cadeia produtiva da cultura. Adotou-se o Método PENSA (Programa de Estudos dos Negócios do Sistema Agroindustrial) para realizar a análise sistêmica dos negócios agroindustriais. Pode-se afirmar que a vida útil de uma produção de laranja é de 20 anos, sendo os 3 primeiros anos de investimentos, a partir do quarto ano começa o retorno financeiro e entre o 6º ao 9º o capital investido já terá retornado com as vendas da própria produção (payback). A variabilidade de cultivares é de extrema importância para que a Cooperativa possua oferta de laranja durante todo o ano. Dentre as variedades cultivadas na região de Paranapanema, as principais são Pera Rio, Natal e Valência devido as elevadas produtividades, propriedades sensoriais e grande aceitação no mercado, industrial ou in natura. Através de um estudo realizado pela cooperativa em diversas propriedades que oferecem o fruto ao estabelecimento, foi possível afirmar que o investimento necessário é em torno de R$8.100,00 incluindo insumos, mão de obra e máquinas e colheita sendo por hectare produtivo em cada safra, considerando uma propriedade de até 6 anos de formação. Em se tratando da Cooperativa Agroindustrial Holambra, a produtividade e faturamento cresceram em torno de 181% no período de 5 anos, devido à menor incidência de doenças na região e aumento do preço. A escoamento da produção é realizada para o CEASA e diretamente para indústrias de processamento. A produção e comercialização de laranja na região de Paranapanema pela Cooperativa está crescendo gradativamente e ganhando espaço no mercado devido a distribuição o ano todo, baixa incidência de doenças e alta qualidade.

 


Palavras-chave


Cadeia Agroindustrial da Laranja, Agronegócio, Administração, Laranja

Referências


BIERAS, A. R.; SANTOS, M. J. Z. Condições climáticas e incidência de pragas e doenças na cultura de citros nas principais regiões produtoras do estado de São Paulo. Universidade Estadual de São Paulo – UNESP. 2003

 

EISENHARDT, K. M. Building Theories from Case Study Research. The Academy of Management Review, v. 14, n. 4, p. 532–550. October, 1989.

 

EMBRAPA Trigo. O Complexo Agroindustrial do Centeio. Documentos Online 142. Passo Fundo/RS. Junho de 2013. Disponível em: <http://www.cnpt.embrapa.br/biblio/do/p_do142_6.htm>. Acesso em: 13 de janeiro de 2019.

 

ESTEVES, H. C. Desafios para o Desenvolvimento Regional: o Caso do Município de Itaberá – Estado de São Paulo. Universidade Presbiteriana Mackenzie. s.n. São Paulo/SP. 2009.

 

FILHO, B. B.; BARREIROS, L. M.; OLIVEIRA, S. L. de.; OLIVEIRA, T. de. A Medida da Doçura das Frutas. CEAGESP. Cartilha Técnica 08. p. 17. São Paulo/SP. 2016.

 

FREITAS, W. R. S.; JABBOUR, C. J. C. Utilizando Estudo de Caso(s) como Estratégia de Pesquisa Qualitativa: Boas Práticas e Sugestões. ESTUDO & DEBATE. Lajeado, v. 18, n. 2, p. 07–22. 2011.

 

FUNDAÇÃO SEADE – Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados. Portal de Estatísticas do Estado de São Paulo – Estado de São Paulo e suas Regionalizações 2018. Disponível:  <http://produtos.seade.gov.br/produtos/divpolitica/>. Acesso em: 19 de dezembro de 2018.

 

Fundo de Defesa da Citricultura (FUNDECITRUS). Unidos contra o Greening. Disponível em: <http://unidoscontraogreening.com.br/>. Acesso em: 14 de dezembro de 2018.

 

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Produção Agrícola – Lavoura Permanente 2017. Disponível: <https://cidades.ibge.gov.br/brasil/sp/pesquisa/15/11967?localidade1=355385&localidade2=355300>. Acesso em: 17 de dezembro de 2018.

 

JOHNSON, R. B.; ONWUEGBUZIE, A. J. Mixed Methods Research: A Research Paradigm Whose Time Has Come. American Education Research Association, v. 33, n. 7, p. 14–26. October, 2004.

 

NEVES, M.F.; ROSSI, R. M.; CASTRO, L. T e.; LOPES, F. F.; MARINO, M. K. A Framework for Mapping and Quantifying Food & Agribusiness Chains Towards Collective Actions. A Framework for Mapping and Quantifying Value Chains Towards Collective Actions. 2004. Disponível em: <http://markestrat.com.br/upload/04d598bb96471411d61ed82731e63e4f-framework_mapping_iama_mkm_2004.pdf>. Acesso em: 06 de janeiro de 2020

 

NEVES, M. F; TROMBIN, V. G. Anuário da Citricultura 2017. CitrusBR. 1ª edição. São Paulo/SP. 2017.

 

NEVES, M. F.; TROMBIN, V. G.; MILAN, P.; LOPES, F. F.; CRESSONI, F.; KALAKI, R. O retrato da citricultura brasileira. Markestrat: Centro de Pesquisa e Projetos em Marketing e Estratégia. 2010. Disponível em: <http://www.citrusbr.com/download/Retrato_Citricultura_Brasileira_MarcosFava.pdf>. Acesso em: 02 de dezembro de 2018.

 

OLIVEIRA, E. D.; MILANI, B. D. Distribuição dos Investimentos nos Municípios da Bacia do Alto Paranapanema (ALPA): Uma Análise a partir dos Desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Anais ... CASI 2018. XI Congresso de Administração, Sociedade e Inovação. Rio de Janeiro/RJ,dez./2018.

 

VOSS, C.; TSIKRIKTSIS, N.; FROHLICH, M. Case Research in Operations Management. Case Research. International Journal of Operations & Production Management. v. 22, n. 2, p. 195–219. London/UK, 2002.

 

ZYLBERSTAJN, D.; NEVES, M. F.; CALEMAN, S. M de. Q. Gestão de Sistemas de Agronegócios. Editora Atlas SA. v. 1, p. 46–55. São Paulo/SP. 2015.