Portal de Eventos CoPICT - UFSCar, XXVII CIC e XII CIDTI

Tamanho da fonte: 
INFLUÊNCIA DA CONDIÇÃO DE SAÚDE RIZOARTROSE NOS DOMÍNIOS DE ATIVIDADE E PARTICIPAÇÃO EM ADULTOS E IDOSOS
Gabriela Sardeli Oliveira, Natália Barbosa Tossini, Natalia Duarte Pereira, Paula Regina Mendes da Silva Serrão

Última alteração: 2021-02-25

Resumo


Introdução: A Osteoartrite (OA) é uma doença degenerativa que acomete articulações sinoviais. Umas das principais articulações acometidos pela OA são as articulações da mão, com destaque para as articulações interfalangeanas distais e proximais e para a articulação carpometacárpica do polegar, nesse caso, conhecida como rizoartrose. Este quadro causa dor, rigidez articular, diminuição de amplitude de movimento e de força muscular, podendo resultar em limitações nas atividades de vida diária por redução da função da mão e, consequentemente, redução da qualidade de vida. Apesar da vasta literatura acerca da OA de mão, quando se pensa especificamente na rizoartrose, não se sabe ao certo os efeitos dessa condição nos aspectos de atividade e participação dos sujeitos acometidos, segundo a Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF). Objetivo: O objetivo principal deste estudo foi verificar os efeitos da rizoartrose nos domínios de atividade e participação social da CIF, comparando com sujeitos saudáveis. Metodologia: Participaram do estudo 26 indivíduos divididos em: Grupo Controle (GC, n= 13, 59 ± 6,67 anos), sem diagnóstico de rizoartrose, e Grupo Rizoartrose (GR, n= 13, 60 ± 6,57 anos), com diagnóstico médico de rizoartrose. Os dados foram coletados remotamente, por meio de telefonemas e formulários eletrônicos, disponíveis na plataforma Google, dos questionários: Disabilities of the Arm, Shoulder, and Hand (DASH), Medida Canadense de Desempenho Ocupacional (COPM) e Australian/Canadian Hand Osteoarthritis Index (AUSCAN) e da Escala Numérica de Dor. A normalidade dos dados foi verificada por meio do teste Shapiro-Wilk e a homocedasticidade pelo teste de Levene. Para comparação intergrupos foi utilizado o teste de Mann-Whitney. Para todas as análises foi adotado um nível de significância de 5%. Resultados: A análise do domínio dor e função mostrou diferença significativa (p≤ 0,05) entre os grupos, sendo a Escala Numérica de Dor em repouso com média 3,46 ± 2,96 e 0 ± 0 para os grupos rizoartrose e controle, respectivamente, e índice no questionário AUSCAN com média de 12,54 ± 8,56 para o GR e 0,46 ± 1,19 para o GC. Na análise do domínio atividade e participação os resultados também foram significativamente diferentes entre os grupos. As pontuações médias do questionário DASH para os grupos rizoartrose e controle foram 28,17 ± 16,67 e 2,49 ± 3,42, respectivamente. Enquanto na ferramenta canadense a pontuação foi de 7,21 ± 1,82 no GR e 9,60 ± 0,78 no GC para o desempenho e 6,95 ± 2,24 no GR e 9,57 ± 0,84 no GC para a satisfação. Conclusões: A partir dos achados do estudo, concluímos que pacientes com rizoartrose além de apresentarem dor ao repouso e déficits na função da mão, possuem o domínio de atividade e participação afetadas negativamente pela doença.

Palavras-chave


função, fisioterapia, mão CIF

Referências


Abdalla IM, Brandão MC. Forças de preensão palmar e da pinça digital. Sociedade Brasileira de Terapeutas da Mão. Recomendações para avaliação do membro superior. SBTM. 2005; 38-41.

Amaral DS, Duarte ALBP, Barros SS, Cavalcanti SV, Ranzolin A, Leite VMM, Dantas AT, Oliveira ASCRC, Santos PS, Silva JCA, Marques CDL. Assistive devices: an effective strategy in non-pharmacological treatment for hand osteoarthritis-randomized clinical trial. Rheumatol Int. 2018 Mar;38(3):343-351.

Bagis S, Sahin G, Yapici Y, Cimen OB, Erdogan C. The effect of hand osteoarthritis on grip and pinch strength and hand function in postmenopausal women. Clin Rheumatol. 2003 Dec;22(6):420-4.

Bakri KMBBS, Moran SL. Thumb carpometacarpal arthritis. Plast Reconstr Sur. 2015; 135(2):508-20.

Bertozzi L, Valdes K, Vanti C, Negrini S, Pillastrini P, Villafane JH. Investigation of the effect of conservative interventions in thumb carpometacarpal osteoarthritis: systematic review and meta-analysis. Disabil Rehabil. 2015; 37(22):2025-43.

Bijsterbosch J, Visser W, Kroon HM, Stamm T, Meulenbelt I, Huizinga TW, Kloppenburg M. Thumb base involvement in symptomatic hand osteoarthritis is associated with more pain and functional disability. Ann Rheum Dis. 2010 Mar;69(3):585-7

Bromann Bukhave E, la Cour K, Huniche L. The meaning of activity and participation in everyday life when living with hand osteoarthritis. Scand J Occup Ther. 2014 Jan;21(1):24-30.

Brucki, SMD, Nitrini R, Caramelli P, Bertolucci PHF, Okamoto IH. Sugestões para o uso do mini-exame do estado mental no Brasil. Arq Neuropsiquiatr. 2003; 61(3B):81- 777.

Caldas A, Facundes VLD, Silva, HJ. O uso da Medida Canadense de Desempenho Ocupacional em estudos brasileiros: uma revisão sistemática. Revista de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo. 2011; 22(3):238-244.

Cantero-Téllez R, Villafane JH, Valdes K, Berjano P. Effect of immobilization of metacarpophalangeal joint in thumb carpometacarpal osteoarthritis on pain and function. A quasi-experimental trial. Journal of Hand Therapy. 2017; 31; 1-5.

Ceceli E, Gul S, Borman P, Uysal SR, Okumus M. Hand function in female patients with hand osteoarthritis: relation with radiological progression. Hand. 2012; 7(3):335-40.

De Oliveira DG, Nunes PM, Aruin AS, Dos Santos MJ. Grip force control in individuals with hand osteoarthritis. J Hand Ther. 2011; 24(4):345–354.

Eaton RG, Littler JW. Ligament reconstruction for the painful thumb carpometacarpal joint. J Bone Joint Surg Am. 1973; 55:1655–1666.

Fess EE. Grip strength. In: Clinical assessment recommendations. 2a ed. Chicago: American Society of Hand Therapists. 1992;41-45.

Figueiredo IM, Sampaio RF, Mancini MC, Silva FCM, Souza MAP. Teste de força de preensão utilizando o dinamômetro Jamar. Acta Fisiátr. 2007; 14(2):104-110.

Haugen IK. Hand osteoarthritis: current knowledge and new ideas. Scand J Rheumatol. 2016;45:58-63.

Johnson, V. L. & Hunter, D. J. The epidemiology of osteoarthritis. Best Pract. Res. Clin. Rheumatol. 2014; 28; 5–15.

Kjeken I, Dagfinrud H, Slatkowsky-Christensen B, Mowinckel P, Uhlig T, Kvien TK, Finset A. Activity limitations and participation restrictions in women with hand osteoarthritis: patients’ descriptions and associations between dimensions of functioning. Ann Rheum Dis. 2005;64:1633–1638.

Kwok WY, Vliet Vlieland TPM, Rosendaal FR, Huizinga TWJ, Kloppenburg M. Limitations in daily activities are the major determinant of reduce health-related quality of life in patients with hand osteoarthritis. Ann Rheum Dis. 2011; 70(2):334-6.

Law M. Medida canadense de desempenho ocupacional (COPM). Belo Horizonte: Editora UFMG, 2009.

Luker KR, Aguinaldo A, Kenney D, Cahill-Rowley K, Ladd AL. Functional task kinematics of the thumb carpometacarpal joint. Clin Orthop Relat Res. 2014; 472(4):1123-9.

Mathiowetz V, Weber K, Volland G, Kashman N. Reliability and validity of grip and pinch strength evaluations. J Hand Surg Am. 1984; 9(2):222-6.

Neugebauer V, Han LS, Adwanikar H, Fu Y, Ji G. Techniques for assessing knee joint pain in arthritis. BioMed Central. 2007;

Özkan, B., Keskin, D., Bodur, H., Barça, N. (2007). The effect of radiological hand osteoarthritis on hand function. Clinical Rheumatology, 26(10), 1621–1625.

Sampaio RF, Mancini MC, Gonçalves GGP, Bittencourt, NFN, Miranda AD, Fonseca ST. Aplicação da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF) na prática clínica do fisioterapeuta. Rev. bras. fisioter. 2005;9(2); 129-136

Sharma L, Kapoor D, Issa S. Epidemiology of osteoarthritis: an update. Curr Opin Rheumatol 2006; 18:147–156.

WHO. International Classification of Functioning, Disability and Health: ICF, 1st ed. WHO: Geneva, 2001.

Wilder FV, Barrett JP, Farina EJ. Joint-specific prevalence of osteoarthritis of the hand. Osteoarthritis Cartilage. 2006; 14:7-953.