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Efeitos agudos de um programa de fortalecimento dos músculos do tornozelo e pé na dor, função e no momento adutor externo do joelho durante a marcha de sujeitos com osteoartrite de joelho: ensaio clínico, comparativo-controlado e cego
Larissa Marçal de Oliveira, Tania Fatima Salvini, Glauko André Dantas

Última alteração: 2021-02-25

Resumo


Introdução: Programas de fortalecimento dos músculos do tronco, quadril e joelho, considerados padrão-ouro para tratamento da osteoartrite do joelho (OAJ), reduziram a dor, melhoraram a função, porém não alteraram a sobrecarga interna da articulação do joelho desses pacientes. Por outro lado, o fortalecimento da musculatura intrínseca do pé foi eficaz na redistribuição de forças na fase de apoio da marcha em diabéticos neuropatas e na redução da dor em pacientes com dor patelofemoral. Entretanto, não se sabe se um programa de fortalecimento dos músculos do tornozelo e pé é capaz de reduzir a dor e a sobrecarga articular e melhorar a função de indivíduos com OAJ. Objetivo: Avaliar o efeito de um programa de fortalecimento dos músculos do tornozelo e do pé na dor do joelho, função e sobrecarga do joelho de indivíduos com OAJ. Metodologia: O estudo seguiu as recomendações metodológicas de ensaios clínicos do Consolidated Standards of Reporting Trials (CONSORT) e da Osteoarthritis Research Society International (OARSI). Foram recrutados indivíduos com diagnóstico de OAJ, baseado nos critérios clínicos e radiográficos do American College of Rheumatology e, aleatoriamente, alocados em Grupo Controle que não recebeu intervenção para o pé e seguiu recomendações médicas ou Grupo Exercício que foi submetido a um programa de fortalecimento para os músculos do tornozelo e o pé. Foram avaliadas a função por meio dos testes funcionais de sentar e levantar de uma cadeira em 30 segundos, subir e descer escadas e de caminhada rápida em 40 metros, e a dor logo após os testes, antes e após o término do tratamento. O programa de fortalecimento foi presencial e supervisionado, por 8 semanas consecutivas, com 3 sessões semanais de 60 minutos, em dias alternados. Por fim, foi analisada a distribuição dos dados e a homogeneidade das variâncias, sendo realizado, em seguida o teste ANOVA de medidas repetidas com nível de significância de 0,05 e intervalo de confiança de 95%. Resultados: 32 indivíduos foram randomizados nos grupos, partindo de condições iguais no início do estudo com relação aos dados antropométricos e variáveis avaliadas. Houve interação estatisticamente significativa apenas para o teste de sentar e levantar de uma cadeira em 30 segundos no qual o grupo controle piorou seu desempenho após as 8 semanas sem intervenção. Nas comparações intra-grupos, o grupo intervenção apresentou melhor desempenho no teste de subir e descer escadas enquanto que o grupo controle piorou significativamente no teste de caminhada. Com relação a dor após os testes funcionais, ambos os grupos apresentaram melhora, porém com o grupo exercícios apresentando melhores escores da dor. Conclusão: Um programa de exercícios terapêuticos de fortalecimento dos músculos do tornozelo e pé mantém o desempenho da atividade funcional de sentar e levantar de uma cadeira de sujeitos com OAJ, e parece melhorar a dor em atividades funcionais.


Palavras-chave


osteoartrite do joelho; terapia por exercício; pé; marcha; cinética