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Cinética do consumo de oxigênio: associação entre eficiência metabólica e a cadência da marcha em indivíduos pós-acidente vascular cerebral
Thiago Luiz de Russo, Jean Alex Matos Ribeiro, Acson Gustavo Silva Oliveira

Última alteração: 2021-02-25

Resumo


Introdução: Os indivíduos pós-acidente vascular cerebral (AVC) apresentam baixa eficiência cardiorrespiratória e está associado ao aumento do comportamento sedentário e redução da atividade física. Sabe-se que esses indivíduos apresentam alta demanda energética e não alcançam um volume semanal adequado de atividade física. Objetivo: Determinar se há relação entre o padrão de cadência da marcha ao longo do dia e o tempo de resposta do consumo de oxigênio durante a fase on (início do exercício) e fase off (recuperação) de indivíduos pós-AVC crônicos e inativos. Métodos: Trata-se de um estudo transversal. Vinte e quatro participantes pós-AVC crônico foram analisados. No primeiro dia, o pico de consumo de oxigênio (V̇ O2 pico) foi coletado por meio de um ergoespirômetro portátil (Oxycon Mobile®) durante o teste de caminhada de seis minutos (TC6min). Então, um monitor de atividade física [StepWatch® Activity Monitor (SAM)] foi colocado no tornozelo não parético dos participantes. Os indivíduos utilizaram o SAM durante 9 dias, porém 7 dias foram utilizados para as análises (o primeiro e o último dia foram excluídos).Foram utilizados os índices de esforço a partir dos dados coletados do SAM: índice de esforço pico [média dos 30 minutos com maior intensidade (passos/min) do dia monitorado, mas não necessariamente consecutivos] e os índices de esforço sustentado [médias dos 60 (Max60), 30 (Max30), 20 (Max20), 5 (Max5) e 1 (Max1) minutos consecutivos com maior intensidade (passos/min)]. O CEcaminhada foi calculado dividindo a média do V̇ O2 pico dos últimos três minutos do TC6min pela velocidade alcançada no TC6min. O coeficiente de correlação de Spearman (rs) foi utilizado em todas as análises e a magnitude da correlação foi baseada na 20 classificação de Munro. O intervalo de confiança (IC) em torno do rs foi baseado na transformação Fisher de r em z. Foi considerado um nível de significância de 5% e utilizado o software SPSS versão 20.0. Resultados: O wTMRon não se correlacionou com nenhuma das variáveis do monitor de atividade, e o wTMRoff apresentou correlação negativa moderada com porcentagem de tempo em cadência média (rs=  -0.051, p=0,011); correlação positiva moderada com a porcentagem de tempo em baixa cadência (rs= 0.52, p=0.01); correlação positiva com a porcentagem de passos dados em média cadência (rs=-0.3, p=0.152). Conclusão: A cinética mais lenta durante a recuperação está associada a cadências mais baixas na vida cotidiana de indivíduos pós-AVC e fisicamente. Indivíduos pós-AVC crônico que demoram mais para se recuperar de um curto período de caminhada são mais limitados em atividades da vida diárias relacionadas à caminhada.


Palavras-chave


fisiologia do exercício, neuroreabilitação, treinamento aeróbio, condicionamento cardiovascular

Referências


Este trabalho compõe parte do artigo publicado na PlosOne.

RIBEIRO, J. A. M. ; OLIVEIRA, A. G. S. ; THOMMAZO-LUPORINI, L. ; MONTEIRO, C. I. ; OCAMOTO, G. N. ; CATAI, A. M. ; SILVA, A. B. E. ; PHILLIPS, S. A. ; Russo, Thiago Luiz . Underlying mechanisms of oxygen uptake kinetics in chronic post-stroke individuals: A correlational, cross-sectional pilot study. PLoS One, v. 15, p. e0241872, 2020.