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Perfil e frequência de atendimentos de usuários hipertensos em uma unidade de pronto atendimento
Gisele de Souza Pinto, Ana Cristina Ribeiro, Sílvia Carla da Silva André Uehara

Última alteração: 2021-02-25

Resumo


Introdução

A consolidação da Atenção Básica à Saúde (ABS) representa um avanço relevante ao Sistema Único de Saúde (SUS), enquanto política pública, especialmente, pela abrangência da Estratégia Saúde da Família (ESF). Além disso, observa-se um olhar mais ampliado para pessoas portadoras de Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS), implicando na necessidade de prevenção e diagnóstico precoce. No entanto, devido ao descontrole de níveis pressóricos, os usuários recorrem aos serviços de urgência e emergência como as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) 24 horas, gerando sobrecarga no atendimento. Desta forma, se faz necessário elaborar estratégias para diminuir as superlotações das emergências e direcionar à UPA somente os casos de maior complexidade.

Objetivo

Analisar o perfil e a frequência de usuários hipertensos atendidos em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e relacionar com a adscrição à Estratégia de Saúde da Família (ESF).

Métodos e Procedimentos

Trata-se de uma pesquisa de campo, de caráter exploratório, descritivo, documental e de abordagem quantitativa.  Para a coleta de dados foram utilizados dados secundários individuais, registrados na ficha de atendimento, incluída no prontuário de usuários que autorreferiram HAS, idade igual ou maior a 18 anos e de ambos os sexos que procuraram atendimento na UPA no período de 01 de setembro de 2019 a 29 de fevereiro de 2020. Os dados foram analisados por meio da estatística descritiva; teste de qui-quadrado e regressão logística. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFSCar.

 

Resultados

Foram analisadas 1.564 fichas de atendimento, sendo que 61% (954) eram do sexo feminino e 28% (438) dos usuários hipertensos estavam na faixa etária de 50 a 59 anos. No que se refere à sintomatologia, 65% (1017) eram assintomáticos para a HAS; porém, apresentavam queixas diversas, agrupadas em 22 grupos, destaca-se que 17% dos usuários referiram sentir algum tipo de algia. Em relação à classificação de risco e valores pressóricos dos usuários que buscaram atendimento na UPA, 90% (1409) dos hipertensos foram classificados como não urgente e 54% (845) apresentaram valor pressórico referente à HAS estágio 1. Quanto à frequência dos atendimentos de usuários à UPA, 35% (553) foram considerados frequentes e residentes em áreas de abrangência de ESF. De acordo com os testes estatísticos, encontrou uma relação entre sexo e frequência na UPA, p<0,05, assim pode-se afirmar que a variável sexo está associada ao fato de um paciente hipertenso ser frequente em busca de atendimento na UPA.

Conclusões

Conclui-se que a maioria dos usuários hipertensos que buscaram atendimento na UPA foram do sexo feminino, com faixa etária entre 50 e 59 anos, assintomáticos para HAS, classificados como não urgente e oriundos de uma área de abrangência de ESF. Devido à alta procura dos usuários portadores de HAS pertencentes à ESF, há necessidade de refletir e repensar a assistência oferecida nas ESF e buscar fortalecer a Rede de Atenção à Saúde (RAS).

 


Palavras-chave


hipertensão arterial sistêmica, estratégia saúde da família, unidade de pronto atendimento