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TENDÊNCIA E DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DE DOENÇAS INFECCIOSAS ENTRE ADULTOS NO BRASIL
Amanda Ceratti, Sílvia Carla da Silva André Uehara

Última alteração: 2021-02-25

Resumo


melhores condições de vida foram sendo amplamente alcançados pela maioria dos países, houve uma percepção otimista de que as doenças infecciosas perderiam sua relevância na saúde pública. Entretanto o que aconteceu foi a aceleração do processo de emergência e reemergência de doenças como AIDS, hanseníase, malária e tuberculose a partir do final do século XX, mantendo-as como prioridades da Agenda Global de Saúde Pública. O comportamento da AIDS no Brasil mudou após a evolução dos meios diagnósticos e recursos terapêuticos, e, principalmente, pela introdução dos antirretrovirais. Já a hanseníase e a tuberculose, doenças vinculadas à pobreza e às más condições de vida, vem apresentando tendência de declínio moderado; no entanto, estudos apontam a presença de áreas de endemicidade em determinadas regiões do Brasil. A malária, doença endêmica da região amazônica, enfrenta novos desafios como a resistência às drogas e projetos de desenvolvimento insustentável da Amazônia, possibilitando a reintrodução em regiões onde a endemia já tinha sido controlada. Nesse cenário, estudos sobre a tendência de doenças infecciosas no Brasil podem contribuir para a avaliação de políticas públicas e controle dessas doenças. OBJETIVO: Analisar a tendência dos Coeficientes de Incidência (CI) de AIDS, hanseníase, malária e tuberculose (TB) em adultos, por região do Brasil e para o estado de São Paulo, no período de 2010 a 2017. METODOLOGIA: Estudo ecológico de série temporal, utilizando dados referentes ao período de 2010 a 2017, sobre a AIDS, hanseníase, malária e TB coletados no DATASUS e no IBGE. Os casos foram divididos por região do país e estado de São Paulo, sexo e faixa etária; posteriormente, foram agrupados em planilhas no Excel e calculados pelo pacote estatístico R-STUDIO. Para a análise de tendência dos CI foi utilizado o método de Prais-Winsten e para representação gráfica foram elaborados mapas coropléticos por meio do software QGIS 2.8. RESULTADOS: A AIDS apresentou tendência crescente nas regiões Norte e Nordeste, estacionária no Sudeste e decrescente nas regiões Centro Oeste, Sul e no estado de São Paulo. Já a hanseníase seguiu tendência decrescente em todo território nacional, e mesmo apresentando decréscimo, as regiões Centro Oeste, Norte e Nordeste obtiveram, respectivamente, os maiores CI. A malária também apresentou tendência decrescente em todo território nacional, com exceção da região Norte, endêmica para a doença, que se manteve estacionária. Por fim, a tendência de TB apresentou decréscimo apenas nas regiões Nordeste e Sul do Brasil. CONCLUSÃO: A ampliação e fortalecimento da Atenção Primária à Saúde (APS), diagnóstico precoce, adesão ao tratamento e contato com os comunicantes auxiliam no controle e redução do número de casos dessas doenças, bem como uma deficiência desses serviços pode gerar menor acesso à informação e maior exposição da população aos comportamentos de risco.

 


Palavras-chave


HIV-AIDS; Malária; Tuberculose; Hanseníase; Doenças infecciosas; Distribuição espacial