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Levantamento de fungos poroides (Agaricomycetes, Basidiomycota) no Campus Lagoa do Sino da UFSCar e áreas adjacentes no Sudoeste Paulista, Brasil
João Pedro Nogueira Leroux, Juliano Marcon Baltazar

Última alteração: 2021-02-25

Resumo


Atualmente a micodiversidade é estimada entre 2,2 e 5,1 milhões de espécies, entretanto, somente ao redor de 144 mil espécies são conhecidas. Os fungos são essenciais para a manutenção da maioria dos ecossistemas uma vez que estão entre os principais atores da ciclagem de nutrientes, contribuindo para a sucessão ecológica. Além disso, muitas espécies apresentam potencial biotecnológico. Os fungos poroides constituem um grupo polifilético, pertencente à Classe Agaricomycetes. Eles são caracterizados por apresentarem basidiomas ressupinados a estipitados, com himenóforo tubular e superfície himenial poroide. Apesar do Estado de São Paulo ser uma região relativamente bem estudada quanto à diversidade de fungos poroides, quando comparado a outros estados brasileiros, algumas regiões permanecem pouco estudadas. Dessa forma, o presente trabalho teve como objetivo contribuir para o conhecimento da funga na microrregião de Itapetininga, sudoeste do Estado de São Paulo, bem como para o conhecimento dos fungos poroides. A área estudada está situada em uma região de transição entre os biomas Mata Atlântica e Cerrado, conhecidos por conter altos índices de biodiversidade e endemismo. O campus Lagoa do Sino, onde foram realizadas a maioria das coletas, tem uma área de 643 ha onde são desenvolvidas atividades agrícolas, possuindo alguns remanescentes florestais e áreas de reflorestamento. Foram realizadas excursões a campo entre abril/2017 até março/2020, e os basidiomas foram coletados, secados, e identificados seguindo a metodologia tradicional do grupo estudado. Como resultado, foram coletados 130 espécimes, e foram identificadas até o momento 47 morfoespécies. Os táxons coletados com mais frequência foram: Fuscoporia cf. callimorpha (Lév.) Groposo et al. (12 espécimes), Earliella cf. scabrosa (Berk. & M.A. Curtis) Gilb. & Ryvarden (oito), Fuscoporia cf. gilva (Schwein.) T. Wagner & M. Fisch. (sete) e Fomitiporia cf. apiahyna (Speg.) Robledo et al. (quatro). Ainda, Coltricia cinnamomea (Jacq.) Murrill e Diplomitoporus cf. intermedius Baltazar & Ryvarden são novos registros para São Paulo, e Antrodiella cf. mollis Gibertoni & Ryvarden, Echinoporia aculeifera (Berk. & M.A. Curtis) Ryvarden, Fulvifomes cf. membranaceus (J.E. Wright & Blumenf.) Baltazar & Gibertoni, Ganoderma cf. elegantum Ryvarden, Ganoderma resinaceum Boud. e Neodictyopus atlanticae Palacio et al. são novos registros para a região Sudeste do Brasil. Em virtude do que foi mencionado, o presente trabalho representa a conclusão da primeira etapa do levantamento da funga poroide na região, sendo demonstrado que a mesma ainda não é bem conhecida, uma vez que o número de novas ocorrências foi considerável. Dessa forma, novas coletas e análises poderão ser realizadas, a fim de identificar o maior número de espécimes em nível específico, sempre que possível.


Palavras-chave


Biodiversidade; funga Neotropical; fungos lignolíticos; macrofungos; taxonomia