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AVALIAÇÃO DAS RESPOSTAS DE OXIGENAÇÃO MUSCULAR INSPIRATÓRIA EM RESPOSTA À MANOBRA DE PRESSÃO INSPIRATÓRIA ESTÁTICA MÁXIMA EM JOVENS SAUDÁVEIS
Ana Carolina Aparecida Marcondes, Patrícia Rehder Santos, Claudio Donisete da Silva, Étore de Favari Signini, Vinicius Minatel, Camila Akemi Sakaguchi, Aparecida Maria Catai

Última alteração: 2021-02-25

Resumo


Introdução: Durante um exercício físico máximo, em indivíduos saudáveis, o trabalho muscular respiratório gera um alto consumo de oxigênio pelos músculos respiratórios. A manobra de pressão inspiratória estática máxima (PIMÁX) também é um teste máximo e apesar de ser amplamente utilizada na prática clínica, não existem estudos que avaliam a oxigenação muscular durante sua realização. Objetivo: Avaliar o comportamento das respostas de oxigenação dos músculos intercostal externo (IE) e esternocleidomastoideo (ECM), por meio da espectroscopia no infravermelho próximo (NIRS) em resposta à manobra de PIMÁX. Metodologia: Vinte e quatro homens (idade 28±5 anos), aparentemente saudáveis, foram submetidos à manobra de PIMÁX por dois dias não consecutivos, com intervalo mínimo de 48 horas e máximo 1 semana, realizadas sempre pelo mesmo pesquisador. A realização da manobra seguiu as orientações dos guias de avaliação das pressões estáticas máximas brasileiras; e um intervalo entre as manobras de 1 minuto. As variáveis de oxigenação dos músculos inspiratórios IE e ECM foram coletadas por meio da NIRS. Foram estudadas as variáveis: oxihemoglobina (O2Hb), deoxihemoglobina (HHb), hemoglobina total (tHb), e diferença de hemoglobina (HbDiff). Para analisar o comportamento de oxigenação dos músculos respiratórios foi utilizada uma análise qualitativa visual. Resultados: Os resultados obtidos mostraram que durante a expiração lenta até atingir o volume residual (ponto de partida da manobra de PIMÁX), houve um aumento de todas as variáveis estudadas, exceto da HHb que se manteve praticamente constante, nesse período. Após iniciar a inspiração forçada, todas as variáveis de oxigenação muscular sofreram uma queda de concentração, diferenciando seu comportamento durante o esforço inspiratório. Durante esse período a tHb, se estabilizou e formou um platô; a variável O2Hb e HbDiff se mantiveram em queda, até o fim da manobra; e a HHb pós breve queda, apresentou um aumento linear. Todas essas respostas podem estar associadas ao aumento do trabalho da musculatura inspiratória, e consequente aumento do consumo de oxigênio pelos músculos respiratórios, gerada pelo esforço respiratório máximo. Não houve diferença de resposta entre os músculos estudados. Conclusão: Foi possível determinar o padrão de comportamento das variáveis de oxigenação muscular respiratória, em indivíduos saudáveis. No entanto, estudos futuros em doentes, devem ser realizados, a fim de verificar se essa avaliação pode auxiliar na identificação de alterações da oxigenação dos músculos respiratórios, em pacientes com doenças cardiorrespiratórias.


Palavras-chave


sistema respiratório; músculo respiratório; espectrometria no infravermelho próximo; metabolismo.

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