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Avaliação de doenças em genótipos de milho convencional
Waldir Cintra de Jesus Junior, Gabriel de Almeida Cardoso

Última alteração: 2021-03-18

Resumo


O milho é um dos cereais mais cultivados atualmente, sendo de grande importância econômica. O aumento na produtividade do milho deu-se a partir de programas de melhoramento genético (clássicos ou por transgenia) que, além de produzirem uma grande diversidade de tipos de milho, tornaram seu cultivo possível em várias localidades. O uso de técnicas de transgenia em plantas comestíveis gerou preocupações públicas, principalmente sobre segurança sanitária, embora não haja evidências científicas de que culturas geneticamente modificadas prejudiquem a saúde humana. Essa questão continua a ser um tópico de debate devido a questões relativas à propriedade intelectual e de biossegurança. Assim, uma possível alternativa para contornar esse entrave é a utilização de materiais convencionais, os quais não possuem nenhum tipo de transgenia. Diante deste cenário, este projeto teve por objetivo comparar a incidência de doenças em cultivar transgênica e convencional de milho, de modo a gerar informações úteis aos produtores sobre a decisão de qual material utilizar. O projeto foi instalado a campo em março de 2020, no campus da UFSCar – Lagoa do Sino, Buri, SP. Inicialmente foi realizada análise do solo, seguido de preparo convencional do solo, com uma aração e duas gradagens, adubação de semeadura e semeadura. Os materiais genéticos de milho utilizados foram – 2b10pw Brevant (transgênico) e Cativerde 02 (convencional). O experimento foi conduzido em delineamento em blocos casualizados, com três repetições por cultivar, sendo cada parcela experimental composta por vinte e cinco metros de comprimento por quatro metros e meio de largura, com espaçamento de 0,5 metro entre linhas. A densidade de plantio adotada foi de 50.000 plantas/ha, havendo 9 linhas/repetição, sendo as três primeiras linhas externas utilizadas como bordadura. Em cada parcela foram marcadas 15 plantas aleatoriamente, nas quais estavam programadas avaliações semanais da incidência (porcentagem de folhas doentes da planta) das doenças presentes nas plantas e da severidade (por meio de escalas diagramáticas específicas publicadas na literatura). Com os dados de incidência e severidade, seriam calculadas a área abaixo da curva de progresso das doenças (AACPD), conforme a equação: AACPD = ∑[Ni + (Ni+1)/2] * TM, em que: Ni = incidência ou severidade referente à avaliação “i”; Ni+1 = incidência ou severidade referente à avaliação subsequente a avaliação “i”; TM = intervalo de tempo, em dias, entre duas avaliações. Os dados obtidos seriam submetidos a análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade, utilizando o programa estatístico SISVAR. Adicionalmente, de cada planta marcada, seriam determinados os dados de grãos, pesos de matérias fresca e seca, altura de plantas, diâmetro de espiga, comprimento de espiga e produção. Os resultados de incidência e severidade das doenças seriam correlacionados com dados agronômicos, para verificar a influência das doenças nas variáveis de crescimento e produção dos 2 materiais genéticos (milhos transgênico e convencional). Apesar do experimento ter sido instalado, com a pandemia do Covid-19 e a suspensão das atividades acadêmicas, a condução experimental e as avaliações foram interrompidas. Portanto, de forma complementar, fez-se o presente trabalho na forma de revisão bibliográfica.

Palavras-chave


Milho; Doenças; Cultivar convencional; Cultivar transgênica, Melhoramento genético.

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