Portal de Eventos CoPICT - UFSCar, XXVII CIC e XII CIDTI

Tamanho da fonte: 
Estudo da variabilidade genética em genótipos de milho, visando milho verde
Luiz Henrique de Lima Peguin, Flávio Sérgio Afférri, Waldir Cintra de Jesus Junior

Última alteração: 2021-03-18

Resumo


O progresso genético contínuo depende da avaliação, identificação e incorporação de novos traços e combinações mais contrastantes para um maior ganho por heterose, com implantação direcionada. A utilização de técnicas multivariadas, como a divergência genética, proporcionar ótimos resultados devido ao fato de identificar quais materiais, se cruzados, provavelmente resultaria em uma maior heterose. Desta forma, o estudo de genótipos e a quantificação da dissimilaridade destes, identificando assim os genitores promissores para a obtenção de genótipos superiores visando a produção de milho verde. Objetivo:  Quantificar a dissimilaridade de modo que seja possível identificar possíveis genitores comerciais e a capacidade de geração de variabilidade entre seus descendentes, visando a obtenção de recombinantes com características promissoras. Metodologia: O experimento foi conduzido com cinco cultivares comerciais de milho e seus recombinantes (27 Famílias). As parcelas foram submetidas a duas diferentes doses de nitrogênio em cobertura, sendo essas: 0 e 160 Kg de N por hectare com três repetições. Foram realizadas as análises de parcelas de modo conjunto para as Estimativas das Distâncias de Mahalanobis, Contribuição relativa dos caracteres para divergência pelo método de Singh (1981). Resultados e Discussão: A maior distância foi verificada entre os genótipos 5 e 32 (D² = 36,37), e a menor entre os genótipos 4 e 18 (D² = 1,14). As amplitudes dos valores das estimativas de dissimilaridade de Mahalanobis observadas sugerem haver ampla divergência genética, viabilizando desta forma, a escolha de genitores contrastantes para extração de linhagens ou utilização das populações. Na contribuição relativa de cada característica, realizado através do método de Singh (1981), as características que menos contribuíram para a divergência foram a massa verde de espigas sem palha, altura de inserção de espiga e a massa verde de planta. As características que mais contribuíram para a análise de diversidade genética foram, altura de planta, massa verde de espigas com palha por parcela e diâmetro da espiga sem palha. Através do método de Tocher, os genótipos foram agrupados em 7 grupos. O grupo 1 com 18 genótipos, os grupos 2 e 3 tiveram ao todo 10 genótipos e os grupos de 4 a 7 apresentaram apenas 1 genótipo fato este que facilita a projeção dos trabalhos de melhoramento, encontrando-se genótipos distintos que podem ser cruzados (com maiores distâncias) para geração de variabilidade em populações.  Conclusão: Houve a ocorrência de divergência genética entre os descendentes dos materiais comerciais estudados possibilitando indicar possíveis cruzamentos entre grupos contrastantes para obtenção de heterose. As características altura de planta e altura de inserção de espiga foram, respectivamente, as que mais e menos contribuíram para a divergência genética.

Palavras-chave


Zea mays, divergência e produtividade

Referências


ALVES, R. M., GARCIA, A. A. F., CRUZ, E. D., & FIGUEIRA, A. Seleção de descritores botânico-agronômicos para caracterização de germoplasma de cupuaçuzeiro. Pesquisa agropecuária brasileira, v. 38, n. 7, p. 807-818, 2003.

CRUZ, C. D., CARNEIRO, P. C. S., REGAZZI, A. J. Modelos Biométricos aplicados ao melhoramento de plantas. 2014. 3ª. ed. VIÇOSA, MG: EDITORA UFV, 2014. p. 358-368.

FUZATTO, S. R., FERREIRA, D. F., RAMALHO, M. A. P., & RIBEIRO, P. H. E. Divergência genética e sua relação com os cruzamentos dialélicos na cultura do milho. 1999. Tese de Doutorado. LAVRAS.

LIMA, M. W. P., SOUZA, E. A. D., & RAMALHO, M. A. P. Procedimento para escolha de populações de milho promissoras para extração de linhagens. Bragantia, v. 59, n. 2, p. 153-158, 2000.

MUNDIM, G. B. RODRIGUES, M. C. DELIMA, R. O. Melhoramento para Estresses Abióticos. In: LIMA, R. O.; BORÉM, A. (ed.). Melhoramento de Milho. ed. VIÇOSA: UFV, 2018, cap. 9, p. 220-231.

RINALDI, D. A., PÍPOLO, V. C., GERAGE, A. C., RUAS, C. D. F., FONSECA JÚNIOR, N. D. S., SOUZA, A. D., GARBUGLIO, D. D. Correlação entre heterose e divergência genética estimadas por cruzamentos dialélicos e marcadores moleculares RAPD em populações de milho-pipoca. Bragantia, v. 66, n. 2, p. 183-192, 2007.

SIMON, G. A., KAMADA, T., & MOITEIRO, M. Divergência genética em milho de primeira e segunda safra. Semina: Ciências Agrárias, v. 33, n. 2, p. 449-457, 2012.

ROTILI, E. A., CANCELLIER, L. L., DOTTO, M. A., PELUZIO, J. M., & CARVALHO, E. V. D. Divergência genética em genótipos de milho, no Estado do Tocantins. Revista Ciência Agronômica, v. 43, n. 3, p. 516-521, 2012.

SILVA, K. C. L., da SILVA, K. P., de CARVALHO, E. V., ROTILLI, E. A., AFFÉRRI, F. S., & PELUZIO, J. M. (2015). Divergência genética de genótipos de milho com e sem adubação nitrogenada em cobertura. Revista Agro@mbiente On-line, 9(2), 102-110.

SOUZA, L. V.; MIRANDA , G. V.; GALVÃO, J. C. C.; ECKERT, F. R.; MANTOVANI E. E.; DELIMA R. O.; GUIMARÃES, L. J. M.; Genetic control of grain yield nitrigen efficiency in use in tropical maize. Pesquisa agropecuária Brasileira, v. 43, p. 1413-1424, 2008.

VERGUTZ, L.; NOVAIS, R. F. Recomendação de corretivos e adubação. in: ____. Milho: do plantio a colheita. Viçosa, MG: Editora ufv, 2015. p. 108-136.