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A PERCEPÇÃO DOS ESTUDANTES DE TERAPIA OCUPACIONAL SOBRE A IDENTIDADE PROFISSIONAL
Carla Regina Silva, Thaynara da Silva Bertossi, Isadora Cardinalli

Última alteração: 2021-02-25

Resumo


Introdução: A identidade profissional mostra-se ainda não totalmente resolvida na Terapia Ocupacional, com uma série de elementos que influenciaram esse processo. Existe uma expectativa por parte dos terapeutas ocupacionais de uma identidade única, entretanto, é apontado que a apropriação de sua própria multiplicidade pode ser o caminho para a consolidação e expansão da profissão, desde que exista um fundamento em comum. Para compreender a identidade e as particularidades do contexto nacional, é preciso considerar a temática durante a formação graduada, e os elementos que compõem seu desenvolvimento e aproximam a categoria profissional. Objetivo: Compreender as definições acerca da identidade profissional apresentadas pelos terapeutas ocupacionais em publicações da área e as percepções dos estudantes de terapia ocupacional. Métodos: A pesquisa foi realizada em duas fases. 1- Revisão narrativa de literatura, utilizando os termos “terapia ocupacional” e “identidade profissional” no Portal da CAPES, em que foram selecionados 16 trabalhos, tabulados no Excel, e 2- Produzido e aplicado um questionário pelo formulário Google® com 177 estudantes de Terapia Ocupacional de instituições brasileiras. Os resultados foram analisados utilizando as ferramentas Excel e Word Clouds. Resultados e Discussão: Estado da arte: A formação da identidade profissional foi abordada como dinâmica e uma combinação de fatores, que se inicia antes do curso. São importantes as práticas, os modelos teóricos e a socialização profissional, existindo a identificação com docentes e tutores. Campos com maior autonomia foram considerados positivos e permitem identidades e práticas próprias. São apontadas relações entre o contato com conteúdos aprofundados da profissão e uma identidade mais consciente. Aplicações do Professional Identity Questionnaire (PIQ) ligavam a identidade frágil ao esgotamento e indicava outros fatores como mais influentes que a especificidade profissional. O uso de técnicas de outras profissões foi sugerido como uma expansão da profissão. Existe o desejo por uma identidade única, voltando o foco na atividade ou ocupação. Em contraponto, a complexidade é apontada como uma vantagem frente aos novos desafios. Mapeamento com os estudantes: Participaram estudantes de 23 instituições diferentes, com concentração na região sudeste. As respostas relacionavam-se principalmente com as grandes áreas da Saúde, Educação e Social, e campos mais específicos. Os públicos alvos foram, na maioria, pessoas com alterações psíquicas, físicas e sociais. Para definir e explicar a profissão identificou-se o foco nas metodologias e objetivos da prática. Os termos mais escolhidos como fundamentais para definir a Terapia Ocupacional foram a ocupação, autonomia e cotidiano. Costumam responder sobre a profissão usando características do trabalho, campos e áreas de atuação e demandas do público atendidos, além de inserirem exemplos de atuação. Também se identificou a utilização das qualidades e posturas profissionais, como a humanização, para definição da profissão e inspiração dos estudantes. Conclusão: Existem poucos estudos sobre a identidade da profissão através da formação. Entretanto, o destaque para as metodologias e objetivos, como para a autonomia, já foi observado na literatura. As aulas aparecem como importantes para a formação da identidade e a identificação também foi ligada com posturas e crenças profissionais, que se relacionam com a história da Terapia Ocupacional brasileira.


Palavras-chave


identidade profissional; formação graduada; terapia ocupacional

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