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PERFIL DA MORBI-MORTALIDADE DA POPULAÇÃO NEGRA DO MUNICIPIO DE SOROCABA: UM OLHAR DA GEOGRAFIA DA SAUDE
Edelci N Silva, Amanda Maria Silva Santos

Última alteração: 2021-02-25

Resumo


As transformações e dinâmicas espaciais pelas quais o município de Sorocaba está submetido resultam dos processos econômicos, sociais e políticos em diversas escalas. Tal modelo de crescimento urbano empurrou a população trabalhadora (representada majoritariamente pela população negra) para as áreas periféricas da cidade. A presente pesquisa teve como objetivo principal descrever e analisar dados de morbimortalidade da população negra do município de Sorocaba. Os objetivos específicos deste estudo foram: compreender criticamente as informações de saúde produzidas no Brasil, organizar e sistematizar as informações das principais causas de morte e internações do município de Sorocaba e, por fim, comparar os dados por raça/cor as principais causas de morte e internação que acometem a população negra. Trata-se de um estudo exploratório que analisou dados de morbimortalidade da população negra, a partir da série temporal de 2008 (ano em que aparece a discriminação raça/cor nos dados de internação hospitalar) a 2018.  Os dados de mortalidade e os dados de morbidade (registradas nas AIHs no Sistema de Informações Hospitalares do SUS) foram obtidos no sistema do DATASUS.  Os dados populacionais, por sua vez, foram obtidos no IBGE e na FUNDAÇÃO SEADE. Os dados foram separados por município e foi elaborado um banco de dados das informações de internações e mortes organizadas e tratadas para o município de Sorocaba do período de 2008 a 2018. Foram elaboradas tabelas de mortes e internação de todos os capítulos da CID-10 para o município. Após esse procedimento, foram selecionados os capítulos das doenças e mortes mais recorrentes separadas por raça/cor, do município, nos anos estudados. Nesse sentido, para caracterização do perfil da morbimortalidade foram realizadas análises estatísticas descritiva de distribuição e frequência dos agravos de saúde e elaboração de indicadores de saúde, ou seja, taxas de mortalidade e morbidade padronizadas das seis doenças mais recorrentes. Os resultados apontaram que negros estão mais propensos a morrerem e se internarem por causas externas do que os brancos. Corroborando estudos realizados em outras regiões e escalas. Outros pontos que chamaram a atenção foram: A internação por aparelho do sistema circulatório (Capítulo IX) representa a sexta causa de internação entre os negros e terceira causa para os brancos. No entanto, doenças do aparelho circulatório representa a primeira causa de morte para ambos brancos e negros. Outro ponto de destaque é a frequência na internação por doenças infecciosas e parasitarias representam a mesma posição para ambos negros e brancos. No entanto, observa-se que a população negra morre mais do que os brancos dessa mesma causa. Assim, os resultados aqui apresentados indicam a necessidade de compreender os processos de desigualdade em saúde e para isso é preciso melhorar a informação e a caracterização dos diferentes grupos populacionais a fim de que ações governamentais e politicas públicas sejam traçadas para as reais e específicas necessidades dos grupos populacionais a fim de que se promova a equidade.


Palavras-chave


saúde desigualdade