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O estudo de geometria esférica com alunos do Ensino Médio: cenário de investigação em sala de aula e a interdisciplinaridade
Franciele Santos Teixeira, Maria do Carmo de Sousa

Última alteração: 2021-03-18

Resumo


O projeto de Iniciação Científica (IC), que ainda está em andamento e caracteriza-se como qualitativo, visa pensar em abordagens para a Geometria Esférica, por meio de uma perspectiva interdisciplinar, para estudantes do segundo ano do Ensino Médio com base nos Cenários para Investigação (SKOVSMOSE, 2000) e na historiografia de Karlson (1961). O objetivo é analisar como professores e futuros professores de Matemática adaptam atividades de Geometria Esférica para o contexto remoto, pensando em possibilidades de desenvolvê-las com alunos do Ensino Médio. O trabalho de campo ocorreu por meio de um curso de extensão, intitulado: “O ensino de Geometria Esférica para alunos do Ensino Médio: como trabalhar remotamente?”. Durante o curso foram analisadas cinco atividades que compõem o conceito de Geometria Esférica. Na atividade 1, propôs-se a análise de axiomas, a partir de perguntas que levassem os estudantes a pensarem sobre os fundamentos das Geometrias Não-Euclidianas. Na atividade 2, propôs-se uma discussão sobre a “falha” do quinto postulado de Euclides, bem como a possibilidade de se construir retas na esfera, considerando-se objetos, por exemplo, bolas de isopor. Já na atividade 3, utilizando um vídeo intitulado “As aventuras de Radix”[1], propôs-se ao grupo, questões que envolviam a construção de retas paralelas na esfera. A atividade 4, envolveu uma pesquisa sobre as queimadas na Amazônia, bem como, um levantamento de dados que poderia ser feito com os alunos utilizando o Google Earth, imagens de satélite, entre outros. Na última, propôs-se a análise do conceito de triângulo esférico, a partir do GeoGebra. Ao longo do desenvolvimento do curso, adaptações foram feitas nas atividades, principalmente nas duas últimas, pois a ideia foi de tecer um fio condutor entre todas elas e, ainda, finalizar com alguma discussão que estivesse fortemente no cotidiano dos estudantes.

Antes de cada encontro, os participantes recebiam uma atividade com a imaginação pedagógica (MILANI, 2015) e as analisavam, em grupo, levando em consideração o contexto no qual estavam inseridos e o contexto da pandemia, inclusive, pensando em como poderiam adaptar essas atividades para serem desenvolvidas remotamente. Posteriormente, essas atividades e as análises feitas por cada grupo eram analisadas em encontros quinzenais síncronos, com duração de duas horas. O curso de extensão também contou com um trabalho final, em que os participantes escolheram uma das cinco atividades para serem adaptadas ao contexto remoto, considerando, principalmente, o ambiente de aprendizagem do tipo 6 (SKVOSMOSE, 2000), o qual consiste em desenvolver atividades com enfoque investigativo e considera situações da realidade, e outras metodologias alternativas.

Durante a preparação do curso, para que a licencianda responsável pela pesquisa pudesse se apropriar do conceito de Cenários para Investigação (SKOVSMOSE, 2000), realizou uma apresentação no Grupo de Pesquisa e Formação Compartilhada de Professores (GPEFCom), do qual participa ativamente. Portanto, teve a possibilidade de compartilhar e discutir com os demais integrantes do grupo, estudantes de pós-graduação, graduação e professores do Ensino Básico e Ensino Superior, sobre o referencial teórico aqui apresentado, bem como, estruturar melhor tanto o curso de extensão quanto a pesquisa.


[1] https://m3.ime.unicamp.br/recursos/1054


Referências


MILANI, R. O processo de aprender a dialogar por futuros professores de matemática com seus alunos no estágio supervisionado 240 f. Tese (Doutorado em Educação Matemática) – Instituto de Geociências e Ciências Exatas, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Rio Claro, 2015.

 

SANTOS, Talita Secorun dos. Atividades Orientadoras de Ensino de Geometria não-Euclidianas na perspectiva lógico-histórica: unidade entre ensino e aprendizagem na formação inicial de professores de Matemática. 2015. 195 f. Tese (Doutorado) - Curso de Educação em Ciências e Matemática, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2015.

SKOVSMOSE, O. Cenários para investigação. Bolema , Rio Claro (SP), n.14/ p.66-91, 2000.