O Cerrado é um domínio com uma rica biodiversidade endêmica, com o agravante de estar perdendo constantemente suas espécies em decorrência do desmatamento.  A maior parte do domínio Cerrado foi perdida com a ocupação humana no estado de São Paulo, restando pouca mata nativa. Dentre as problemáticas atribuídas à redução significativa do domínio, destacam-se a fragmentação da vegetação, inviabilizando uma maior resiliência e o intercâmbio entre espécies. O Cerrado possui uma diversidade de fitofisionomias e formações vegetais. Neste sentido, nas áreas úmidas do domínio é possível encontrar um elevado número de espécies dependentes de água em seu ciclo reprodutivo; como é o caso das Samambaias e Licófitas. As Samambaias e Licófitas são sensíveis às alterações microclimáticas nas bordas das matas, demonstrando a sua importância como bioindicadoras de áreas preservadas e auxiliando em estudos sobre a preservação do Cerrado. Dados sobre levantamento florístico que incluem samambaias e Licófitas no Estado de São Paulo são enriquecedores no sentido de servirem como parâmetro quanto ao grau de biodiversidade deste grupo. No entanto, estudos que tratam especificamente de Samambaias e Licófitas são escassos, havendo a necessidade de expandi-lo através de novos estudos. Assim, o objetivo do presente estudo foi realizar um levantamento florístico de samambaias e licófitas em uma área de transição entre Cerrado (Cerradão) e Mata Atlântica (Floresta Estacional Semidecidual) na Guarnição da Aeronáutica de Pirassununga. A Guarnição da Aeronáutica de Pirassununga (SP) possui uma área total de 6.500 hectares, dos quais um terço compreende fragmentos florestais. A área de estudo está localizada às margens da Lagoa dos Cadetes, oriunda do represamento do Córrego dos Cadetes na década de 1980, alterando a vegetação ao redor abandonada para regeneração natural. A área está inserida em um fragmento atualmente caracterizado como transição entre Floresta Estacional Semidecidual e Cerradão. O presente estudo ocupou-se da análise do processo de regeneração natural de uma área de uso militar de 30 x 7 metros (210 m2), onde foram feitas coleções de material botânico de espécimes em estágio reprodutivo entre agosto de 2018 e setembro de 2019, depositadas no herbário da Universidade Federal de São Carlos, campus Araras. Ao todo, foram feitas 9 coleções na área de estudo. Após a coleta e confecção da etiqueta para identificação, utilizou-se dos domínios virtual da Flora do Brasil e Species Links para identificação das seguintes famílias: Hemidictyaceae, Blechnaceae, Gleicheniaceae, Tectariaceae, Dennstaedtiaceae, Thelypteridaceae, Lindsaeaceae e Lycopodiaceae. Os resultados preliminares indicam que há considerável diversidade de Samambaias e Licófitas na área, sugerindo que o povoamento por esse grupo de plantas foi satisfatório e que a área agora configura-se como promissora para a conservação dessas plantas na Guarnição.