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REMOÇÃO DE ÍNDIGO CARMIM POR ADSORÇÃO USANDO NANOCELULOSE
Camila Amadio Plaça, Fernando Campanhã Vicentini, Mônica H M T Assumpção

Última alteração: 2021-02-25

Resumo


Diante das problemáticas ambientais e com a intensificação da poluição dos corpos hídricos, a preocupação com o meio ambiente ganha forças, tanto no âmbito social quanto científico. Dentre os diversos poluentes hídricos, pode-se citar os corantes, como o Índigo Carmim, altamente tóxico à fauna e flora aquática e a saúde dos seres humanos1,2. Uma das formas mais amplamente destacada de tratamento de água contendo corantes é a adsorção. Este processo consiste em uma transferência de massa de um soluto (adsorvato), presente em solução aquosa, para uma superfície sólida porosa (adsorvente), através de processos físico-químicos2,3. Nos dias vigentes, os adsorventes alternativos vêm se destacando cada vez mais, devido as suas vantagens com relação aos adsorventes sintéticos, dentre elas a fonte renovável, baixo custo, matéria-prima natural e eficiente na remoção dos corantes4. Desta forma, este trabalho teve como objetivo principal avaliar a eficiência da nanocelulose para remoção do corante Índigo Carmim em solução aquosa. A nanocelulose doada e produzida no Laboratório da Universidade Federal de São Carlos (campus Sorocaba), foi obtida através da hidrólise ácida, com um teor de umidade igual a 97%. O primeiro ensaio da adsorção do corante pela nanocelulose foi o ensaio de equilíbrio, resultando em um tempo de 190 minutos, no qual verificou-se a maior capacidade de adsorção. Posteriormente, através do Software Minitab, realizou-se um estudo fatorial para avaliar os seguintes parâmetros: concentração da solução corante, pH e massa do adsorvente, a fim de comparar a influência de cada um deles no processo de adsorção. Como resultado deste estudo, pode-se notar uma baixa influência da variação de pH e da massa do adsorvente no processo de adsorção, sendo que a eficiência registrada foi de 4,02%. A partir do processo de adsorção em estudo, dois modelos cinéticos de adsorção foram avaliados: o modelo de pseudo-primeira ordem e o modelo de pseudo-segunda ordem, e a partir do ajuste linear e valor do coeficiente de correlação (R²) igual a 0,950, pode-se concluir que o modelo de pseudo-segunda ordem é o mais adequado para descrever o processo de adsorção do Índigo Carmim pela nanocelulose, tratando-se, provavelmente, de um processo de quimissorção. Por fim, a partir de análises estatísticas foi possível observar que apenas a concentração da solução de corante é significativa para a melhoria da eficiência do processo, sendo que quanto mais elevado este parâmetro, maior a eficiência. Para confirmar tal informação, realizou-se uma análise de adsorção variando apenas a massa do adsorvente, mantendo-se o pH 7 e a concentração de adsorvato em 0,01 g.L-1, concluindo que não houve melhora significativa na eficiência do processo.


Palavras-chave


Tratamento de efluentes, Nanocelulose, Índigo Carmim, Adsorção

Referências


1 - SILVA, N. C. R. Utilização da casca de banana como biossorvente para a adsorção de chumbo (II) em solução aquosa. 2014 45 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharel em Engenharia Ambiental) – Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Campo Mourão, 2014b.

2 - ALMEIDA, M. O. Uso de Sabugo de Milho como Biossorvente para Remoção do Corante Índigo Carmim de Águas Residuárias. Dissertação de mestrado (Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia – Química) – Universidade Federal do ABC. Santo André, 2014.

3 - ALVES, A. C. M. Avaliação do Tratamento de Efluentes Líquidos contendo cobre e chumbo por adsorção em carvão ativado. Dissertação de mestrado (Pós-Graduação em Recursos Hídricos e Saneamento) – Universidade Federal de Alagoas. Maceió, 2017.

4 - PIOVEZAN, M. et al. Farinha de casca de banana como biossorvente para cobre (Cu2+): uma proposta prática para tratar resíduos. Revista Agronomia Brasileira, [s.l.], v. 1, n. 1, p.1-5, 2017.