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Relação entre a habilidade de cuidado, sintomas ansiosos e depressivos, sobrecarga e a qualidade de vida de cuidadores familiares de pessoas com doença renal crônica em hemodiálise
Thais Lieko Oliveira Takimoto, Fabiana Souza Orlandi, Vanessa Almeida Maia Damasceno

Última alteração: 2021-03-18

Resumo


Introdução: Os cuidados necessários do paciente com doença renal crônica em hemodiálise são controle na ingestão de alimentos sólidos e líquidos, cuidados específicos com a via de acesso, doenças associadas aos pacientes (além da DRC) e, por essa razão, a família está diretamente ligada ao sucesso do tratamento e a adesão ao mesmo por parte dos pacientes com DRC. Dessa forma, o paciente nesta condição sente em sua vida as modificações causadas pela doença, que por sua vez, geram um processo de adaptação do indivíduo, assim como na vida dos familiares. Objetivo: Analisar a relação entre a habilidade de cuidado, a percepção da qualidade de vida, o nível de sobrecarga e sintomas ansiosos e depressivos de cuidadores familiares de pessoas com DRC em hemodiálise. Método: estudo descritivo, correlacional, com abordagem quantitativa, realizado em UTRS no interior do Estado de SP. Os participantes eram cuidadores familiares e foram entrevistados com os instrumentos Escala HCCF-DC, SF-36, CBS e HADS. Realizou-se análises estatísticas descritivas e de relação entre as variáveis coletadas. Todos os preceitos éticos foram respeitados; Resultados: predominância sexo “feminino” (75,4%), estado civil “casado/união estável” (58,5%), exerce atividade remunerada “não” (55,5%), utiliza renda própria no cuidado “sim” (50,0%), reside com outras pessoas “sim” (83,1), grau de parentesco “cônjuge” (37,3%), doença autorrelatada pelo cuidador “sim” (49,2%), doenças mais prevalentes “hipertensão arterial” (28,0%), como às três principais atividades de auxílio executadas pelo cuidador “alimentação”, “consultas”, “medicação”, com respectivas porcentagens: 44,9%, 41,5%, 39,8%. As dimensões “Relação” e “Mudança na rotina” da Escala HCCF-DC apresentaram correlação negativa, significante, de moderada magnitude, com os domínios “Ansiedade” e “Depressão” do instrumento HADS e correlação fraca, negativa, entre “Atitude” e “Depressão”; dimensões “Relação” e “Mudança na rotina” da Escala HCCF-DC tiveram correlação negativa, significante, de fraca a moderada magnitude com a sobrecarga, em todos os domínios do CBS; correlação positiva, significante, entre o domínio “Relação” da HCCF-DC e todos os domínios do SF-36; correlação negativa, significante, moderada entre o domínio “Relação” e os domínios da HADS e domínios da CBS.  O domínio “Compreensão” e o domínio “Depressão” (HADS), observou-se correlação negativa, fraca; em relação ao SF-36, os domínios “Aspectos Físicos” e “Estado Geral de Saúde” apresentaram relação positiva e fraca. Houve correlação negativa, fraca e moderada entre “Mudança de rotina” e entre HADS e CBS (com significância em todos os domínios da HADS, CBS exceto o domínio “Ambiente”); entretanto, com os domínios da SF-36, houve correlação positiva fraca a moderada e por último, o domínio atitude teve correlação negativa e fraca correlacionada ao HADS e ao CBS. Conclusão: habilidade de cuidado é relacionada às variáveis supracitadas, pois quando o cuidado é concentrado numa pessoa que não possui habilidades e competências, ocasiona alta tensão e sobrecarga, por conta de uma rotina estressante e complexa, impactando diretamente em uma menor qualidade de vida, e, como consequência podendo desenvolver sintomas ansiosos e depressivos nestes cuidadores familiares. Dessa forma, o ato de cuidar pode desencadear prejuízos físicos e psicológicos no cuidador, bem como influenciar negativamente sua rotina.