Portal de Eventos CoPICT - UFSCar, XXVII CIC e XII CIDTI

Tamanho da fonte: 
Níveis de BNDF e desempenho em testes funcionais em idosos com doença de Alzheimer e sem comprometimento cognitivo: uma revisão de literatura
Thayná França Ferreira Costa, Daniela Godoi Jacomassi

Última alteração: 2021-03-18

Resumo


Com o crescimento da população idosa e consequente aumento de sua expectativa de vida, aumenta-se também o risco de se desenvolver patologias associadas a idade, como a Doença de Alzheimer (DA) ou mesmo o comprometimento cognitivo leve (CCL). Existem evidências de que o processo de envelhecimento e as alterações das funções cognitivas (CCL ou DA) influenciam em aspectos motores, tais como marcha, estabilidade postural, AVDs. Além disso, biomarcadores (como por exemplo o Brain-derived neurotrophic factor - BDNF) tem sido utilizados como parâmetros para a compreensão da degeneração ou melhora do quadro da DA. Dessa forma, o objetivo desta revisão foi examinar as publicações que utilizaram testes funcionais e concentrações séricas de biomarcadores para avaliar idosos com comprometimento cognitivo e entender se há alguma relação direta entre estas medidas. Sob esta perspectiva, revisamos os artigos que fizeram testes em humanos vivos com comprometimento cognitivo, que usassem algum biomarcador e testes funcionais, excluindo pesquisas feitas em cadáveres, com população exclusivamente saudável, com idades menores que 60 anos e outras revisões de literatura. Os artigos foram pesquisados nas plataformas Scielo, PubMed e Medline, com os termos de pesquisa: Alzheimer AND motor OR functional AND biomarker NOT mouse. Esta busca inicial resultou em 399 estudos e, após realizar a leitura e seleção por título e resumo, foram selecionados 34 artigos para leitura completa. Após leitura completa dos artigos e aplicação dos critérios de elegibilidade, 5 artigos foram incluídos no presente estudo. Destes artigos, 2 estudos incluíram voluntários com CCL, enquanto os outros três divergiram nas características dos participantes: 1 incluiu voluntários com Doença de Parkinson, 1 inclui voluntários com doença dos Corpos de Lewy e 1 incluiu voluntário com pré-demência. Quanto aos testes funcionais, o mais usado foi o Trail Making Test (TMT) nas versões A e B e, em segundo, o teste Timed-Up and Go (TUG) tradicional e com dupla-tarefa (TUG-DT). Em um artigo foi encontrada relação entre testes funcionais e o nível de comprometimento cognitivo, mas apenas para o teste TUG-DT, com menor escore para o grupo DA.  Ademais, não houveram comparações entre os resultados dos testes funcionais com os biomarcadores. A partir da revisão realizada foi possível observar que, embora existam indícios na literatura quanto aos reflexos dos biomarcadores nos testes funcionais, os resultados encontrados nos artigos não apresentam relação clara entre estas avaliações. Neste sentido, há a necessidade de estudos experimentais que relacionem diretamente os biomarcadores com testes funcionais na população idosa.


Palavras-chave


Idosos, Biomarcadores, Comprometimento Cognitivo, Doença de Alzheimer

Referências


ARAÚJO CL, NICOLI JS. Uma revisão Bibliográfica das Principais Demências que Acometem a População Brasileira. Revista Kairós Gerontologia, São Paulo. 2010.

BALTICH J, VON TSCHARNER V, NIGG BM. Degradation of postural control with aging. Proceedings of the Institution of Mechanical Engineers, Part H: Journal of Engineering in Medicine, v. 229, n. 9, p. 638-644, 2015.

BLENNOW K, HAMPEL H, WEINER M, ZETTERBERG H. Cerebrospinal fluid and plasma biomarkers in Alzheimer disease. Nat Rev Neurol;6:131-144. 2010.

BOYLE CP, RAJI CA, ERICKSON KI, LOPEZ OL, BECKER JT, GACH HM, LONGSTRETH WT, TEVEROVSKIY L, KULLER LH, CARMICHAEL OT, THOMPSON PM. Physical activity, body mass index, and brain atrophy in Alzheimer’s disease. Neurobiology of Aging. 2015.

Chatterji, S.; Byles, J.; Cutler, D.; Seeman, T.; Verdes, E.. Health, functioning, and disability in older adults—present status and future implications. The Lancet, v.385, n.9967, p.563–575, 2015. doi:10.1016/s0140-6736(14)61462-8.

COLLADO-MATEO D, MADEIRA, P, DOMINGUEZ-MUÑOZ F, VILLAFAINA S, TOMAS-CARUS P, PARRACA J. The Automatic Assessment of Strength and Mobility in Older Adults: A Test-Retest Reliability Study. Medicina, 55; 270. 2019.

DAUPUBEL D. Relação entre queixa de memória, alterações cognitivas, vulnerabilidade física e teste de dupla tarefa em idosos. São Carlos: DEnf/UFSCAR, 2017.

DOHERTY TJ. Invited review: aging and sarcopenia. Journal of applied physiology, v. 95, n. 4, p. 1717-1727, 2003.

IBGE. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Censo Demográfico 2010. Rio de Janeiro, 2011.

MCARDLE R, GALNA B, DONAGHY P, THOMAS A, ROCHESTER L.Do Alzheimer’s and Lewy body disease have discrete pathological signatures of gait? Elsevier, Alzheimer’s & Dementia. 2019.

MOLLICA MA, TORT-MERINO A, NAVARRA J, FERNANDÉZ-PRIETO I, VALECH N, OLIVES J, LEÓN M, LLEÓ A, MARTÍNEZ-LAGE P, SÁNCHEZ-VALLE R, MOLINUEVO JL, RAMI L. Early detection of subtle motor dysfunction in cognitively normal subjects with amyloid-b positivity. Elsevier 121, p. 117-124. 2019.

NIELSEN MS, SIMONSEN AH, SIERSMA V, HASSELBALCH SG, HOEGH P. The Diagnostic and Prognostic Value of a Dual-Tasking Paradigm in a Memory Clinic. Journal of Alzheimer’s Disease. 2017.

LOPES A. Os desafios da gerontologia no Brasil. Campinas – SP: Alínea, 2000.

NETTO F. Aspectos biológicos e fisiológicos do envelhecimento humano e suas implicações na saúde do idoso. Pensar a Prática 7: 75-84 2004.

PEREIRA MM.Metodologias Gerontológicas Aplicadas ao Exercício Físico para o Idoso. P. 2011 – 2023. 2013.

SOUZA LC, SARAZIN M, TEIXEIRA-JÚNIOR, AL, CARAMELLI P, SANTOS AE, DUBOIS, B. Biological markers of Alzheimer’s disease. Arq. Neuro-Psiquiatr. 72; 3. 2013.

SPIRDUSO WW. Dimensões físicas do envelhecimento. Barueri: Manole, 2005.

VASILEVSKAYA A, TAGHDIRI F, MULTANI N, ANOR C, MISQUITTA K, HOULE S, BURKE C, TANG-WAI D, LANG AE, FOX S, SLOW E, RUSJAN P, TARTAGLIA MC. PET Tau Imaging and Motor Impairments Differ Between Corticobasal Syndrome and Progressive Supranuclear Palsy With and Without Alzheimer’s Disease Biomarkers. Frontiers in Neurology: 11; 574. 2020.

VIEIRA EB. Manual de gerontologia. Rio de Janeiro: Revinter, 1996.

WHO. World Health Organization. Ageing well” must be a global priority. 2014. Acesso em: 17 abr. 2019. Disponível em: <https://www.who.int/mediacentre/news/releases/2014/lancet-ageing-series/en/>.