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ESTUDO PRELIMINAR PARA OBTENÇÃO DE PARTÍCULAS FERTILIZANTES À BASE DE PECTINA BTM, ALGINATO E VINHAÇA
Beatriz Couto de Oliveira, Mariana Altenhofen da Silva

Última alteração: 2021-02-25

Resumo


A vinhaça é o subproduto mais expressivo da indústria sucroalcooleira, necessitando de disposição final ambientalmente adequada devido ao seu caráter poluente. Como ela é rica em nutrientes e matéria orgânica, a fertirrigação é o seu principal destino. Entretanto, sua aplicação em outras culturas além das de cana-de-açúcar é economicamente inviável e quando é realizada em excesso pode acarretar contaminação ambiental, assim mantendo a problemática da vinhaça. Neste contexto, considerando que a região de Araras/SP possui indústrias sucroalcooleiras instaladas, propõe-se a utilização da vinhaça como solvente na fabricação de esferas de pectina, obtendo-se assim um fertilizante rico em nutrientes e uma forma alternativa para a disposição desta água residuária. A ideia inicial da pesquisa era utilizar apenas pectina de baixo teor de metoxilação (BTM) como matriz polimérica, mas acabou sendo necessário propor misturas com alginato para que fosse possível obter soluções com viscosidade adequadas para a realização do gotejamento e obtenção das esferas fertilizantes. A vinhaça foi coletada em uma indústria sucroalcooleira da região de Araras/SP. O presente estudo teve como objetivo adequar a formulação da solução biopolimérica para obter esferas de pectina, alginato e vinhaça com aspecto visual e tamanho adequados. As esferas foram obtidas por gotejamento da solução biopolimérica com vinhaça em solução reticuladora (solução aquosa ou solução etanólica 70%v/v de cloreto de cálcio, CaCl2, 5%m/v) seguida de secagem em estufa a 40°C por 24h. Foram testadas pectinas BTM (PEC) com diferentes graus de metoxilação (GENU® LM-101, LM-102 e LM-104, CP Kelco, Brasil) e alginato de sódio (Sigma Aldrich, EUA) (ALG) em diferentes concentrações (formulação 1:  PEC 1% + ALG 1%; e formulação 2: PEC 1,6% + PEC 1,6%) para produção das esferas, avaliando-se o formato, diâmetro médio através do software Image J® , tonalidade e aderência das esferas formadas. Visualmente, as partículas obtidas com a formulação 1 e PEC LM-101 foram mais esféricas, independente da reticulação aplicada. Foi observado que, de maneira geral, o diâmetro das esferas tendeu a aumentar com a diminuição do teor de metoxilação da pectina e com a reticulação em solução alcoólica de CaCl2. Para a formulação 1, os diâmetros médios foram 1,734 e 1,912 mm (LM-101), 1,692 e 1,910 mm (LM-102) e, 1,547 e 1,752 mm (LM-104), para esferas reticuladas com solução aquosa e etanólica de CaCl2, respectivamente. Já para a formulação 2, foram 1,670 e 1,711 mm (LM-101), 1,649 e 2,155 mm (LM-102) e 1,550 e 1,803 mm (LM-104), para esferas reticuladas com solução aquosa e etanólica de CaCl2, respectivamente. Em relação à tonalidade, foi observado que as esferas mais escuras foram obtidas para a formulação 1, reticuladas em solução etanólica de CaCl2. As esferas reticuladas em solução etanólica de CaCl2 também apresentaram menor aderência. É possível afirmar que as esferas desenvolvidas indicam potencial para aplicação como fertilizantes biodegradáveis. As próximas etapas da pesquisa preveem a caracterização de formulações selecionadas quanto as propriedades mecânicas e físico-químicas.


Palavras-chave


fertilizante, vinhaça, pectina, alginato