Portal de Eventos CoPICT - UFSCar, XXVII CIC e XII CIDTI

Tamanho da fonte: 
NUNCA É TARDE DEMAIS PARA SE APRENDER: MOTIVOS DE ADESÃO E EVASÃO DE MAIORES DE 40 ANOS NA UNIVERSIDADE DA TERCEIRA IDADE. ESTUDO TRANSVERSAL.
Paula Costa Castro, Pedro Augusto dos Reis Alvarez

Última alteração: 2021-03-18

Resumo


Introdução: O crescente número de idosos representa desafio para ações coletivas de promoção de qualidade de vida e nesse contexto, a educação permanente pode ser uma alternativa de atividade para envelhecimento saudável. Deste modo, compreender suas peculiaridades, experiências, vontades, o quê, quando e como desejam aprender, passa a ser o ponto de partida das Universidades da Terceira Idade (U3As), possibilitando que o estudante mais velho, seja o principal responsável pelo seu aprendizado, tornando importante a iniciativa de compreender os motivos de adesão e evasão desse público em U3As. Objetivo: mapear os motivos de adesão e evasão dos participantes de um programa de Universidade da Terceira Idade. Método: Esse projeto de IC teve um delineamento quanti qualitativo observacional transversal. Considerando diferentes amostras, apresentaremos os métodos do estudo adesão separados dos de evasão. Estudo Adesão: a amostra do estudo foi composta por demanda espontânea de 118 alunos matriculados em uma U3A, com média de idade de 70,45 (± 9,88) anos, majoritariamente feminina (86%). Desfecho: questionário semiestruturado sobre os motivos de adesão. Estudo Evasão: a população evasão, foi composta por ex-alunos que participaram de um curso regular da UATI, e que estavam fora há pelo menos um ano, a amostra se compôs por 51 participantes voluntários. O grupo foi majoritariamente feminino (94,12%), e a média de idade foi de 67 anos, o aluno mais jovem a participar possuía 49 anos, e o mais velho 87. Desfecho: questionário semiestruturado sobre os motivos de evasão. Princípios Éticos: o estudo somente foi realizado perante os princípios éticos que regem pesquisas. Este projeto está aprovado pelo Comitê de Ética com parecer número 1.104.750 de 09/06/2015. A execução da coleta de dados também foi aprovada pela direção da UATI/FESC.  Todos os participantes do estudo assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Análise estatística: Os dados foram submetidos a análise temática de conteúdo, categorização e contagem de frequência em ambos os estudos. Resultados: O principal motivo de adesão para os alunos, é a Atividade Física, porém de acordo com sua vivência e experiência dentro do programa, as percepções dos usuários comumente se modificam, deste modo o motivo mais importante que eles encontraram para permanecer dentro da U3A, foi conectarem-se ampliando suas “Relações Sociais”. Já o principal motivo de evasão, foi o eixo “Pessoal”, e dentro deste, o motivo mais recorrente foi a “Saúde”, sendo este o principal motivo para a evasão dos participantes.  Conclusão: Acreditamos que os motivos de adesão e evasão aqui descritos poderiam ser usados para fim de customizar as atividades e melhorar a experiência do aprendizado.

 

 


Palavras-chave


Educação gerontológica; Universidade da Terceira Idade, Envelhecimento Saudável

Referências


BARDIN, Laurence. Análise de conteúdo. revista e atualizada. Lisboa: Edições, v. 70, 2009.

 

BOULTON-LEWIS, Gillian M.; BUYS, Laurie; LOVIE-KITCHIN, Jan. Learning and active aging. Educational gerontology, v. 32, n. 4, p. 271-282, 2006.

BOULTON-LEWIS, Gillian M. Education and learning for the elderly: Why, how, what. Educational gerontology, v. 36, n. 3, p. 213-228, 2010.

BRASIL. Lei n. 10741 de 1 de outubro de 2003. Dispõe sobre o Estatuto do Idoso. Brasília, 2003.

BROWN, DAVID R. et al. Physical activity among adults> or= 50 yr with and without disabilities, BRFSS 2001. Medicine and science in sports and exercise, v. 37, n. 4, p. 620-629, 2005.

 

CACHIONI, Meire. Envelhecimento bem-sucedido e participação numa Universidade para a terceira idade: a experiencia dos alunos da Universidade São Francisco. 1998. 104f. Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação, Campinas, SP.

 

CACHIONI, Meire et al. Metodologias e estratégias pedagógicas utilizadas por educadores de uma Universidade Aberta à Terceira Idade. Educação & Realidade, v. 40, n. 1, 2015.

CACHIONI, Meire et al. Subjective and psychological well-being among elderly participants of a University of the Third Age. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, v. 20, n. 3, p. 340-351, 2017.

 

CHARLES, Susan T.; CARSTENSEN, Laura L. Social and emotional aging. Annual review of psychology, v. 61, p. 383-409, 2010.

 

DA SILVA, Paula Fernanda Carlos et al. O papel do bacharel em Gerontologia na Universidade da Terceira Idade: um relato de experiência. Revista Kairós: Gerontologia, v. 18, n. Especial19, p. 149-165, 2015.

 

DA SILVA OLIVEIRA, Rita de Cássia; SCORTEGAGNA, Paola Andressa; DA SILVA, Flávia Oliveira Alves. A educação permanente protagonizada pelo idoso na universidade aberta para a terceira idade/UEPG. Extensio: Revista Eletrônica de Extensão, v. 14, n. 27, p. 19-33, 2017.

 

DE ENVELHECIMENTO, OMS Relatório Mundial. Saúde. USA: Organização Mundial de Saúde, 2015.

FERNANDES, Sabrina et al. MOTIVOS DE ADESÃO E DE PERMANÊNCIA AO PROGRAM DA UNIVERSIDADE ABERTA À MATURIDADE DO CEFID/UDESC. Estudos interdisciplinares sobre o envelhecimento, v. 16, n. 1, 2011.

 

FESC. FUNDAÇÃO EDUCACIONAL SÃO CARLOS. Resolução N°06-2011. Regimento Interno da Universidade Aberta da Terceira Idade. São Carlos, 2011.

 

HEBESTREIT, Lydia. The Role of the University of the Third Age in Meeting Needs of Adult Learners in Victoria, Australia. Australian Journal of Adult Learning, v. 48, n. 3, p. 547-565, 2008.

 

HUANG, Lian-Hua et al. The effectiveness of health promotion education programs for community elderly. The Journal Of Nursing Research: JNR, v. 10, n. 4, p. 261-270, 2002.

 

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Projeção da população do Brasil e das Unidades da Federação. População, 2016.

 

JENKINS, Andrew; MOSTAFA, Tarek. The effects of learning on wellbeing for older adults in England. Ageing & Society, v. 35, n. 10, p. 2053-2070, 2015.

 

KRZEPOTA, Justyna; BIERNAT, Elzbieta; FLORKIEWICZ, Beata. The relationship between levels of physical activity and quality of life among students of the University of the Third Age. Central European journal of public health, v. 23, n. 4, p. 335, 2015.

 

KRZEPOTA, Justyna; SADOWSKA, Dorota; FLORKIEWICZ, Beata. Healthy aging: Quality of life and health behaviours in students of the University of the Third Age–A preliminary study. Baltic Journal of Health and Physical Activity. The Journal of Gdansk University of Physical Education and Sport, v. 8, n. 4, 2016.

 

KU, Po-Wen; MCKENNA, Jim; FOX, Kenneth R. Dimensions of subjective well-being and effects of physical activity in Chinese older adults. Journal of aging and physical activity, v. 15, n. 4, p. 382-397, 2007.

 

LIMA-SILVA, Thais Bento et al. Atuação do gerontólogo em atividades no Programa de Universidade Aberta à Terceira Idade. Revista Kairós: Gerontologia, v. 15, n. Especial14, p. 277-292, 2012.

 

MALTA, Monica et al. Iniciativa STROBE: subsídios para a comunicação de estudos observacionais. Revista de Saúde Pública, v. 44, p. 559-565, 2010.

 

MATURIDADE. FESC, São Carlos ,2019. Maturidade. Disponível em: <http://fesc.com.br/maturidade>. Acesso em: 10 de março, 2019.

 

MEDEIROS, Paulo Adão de et al. Participação masculina em modalidades de atividades físicas de um Programa para idosos: um estudo longitudinal. Ciência & Saúde Coletiva, v. 19, p. 3479-3488, 2014.

 

OLIVEIRA, R.C.S, SCORTEGAGNA, P.A., OLIVEIRA, F.S A Universidade Aberta para a Terceira Idade na UEPG/Brasil: o idoso no contexto extensionista da universidade. In: OLIVEIRA, R.C.S, SCORTEGAGNA, P.A. Universidade Aberta para a Terceira Idade: o idoso como protagonista na extensão universitária. Ponta Grossa: Editora UEPG, 2015.

ORDONEZ, Tiago Nascimento; CACHIONI, Meire. Universidade aberta à terceira idade: a experiência da Escola de Artes, Ciências e Humanidades–EACH USP. Revista Brasileira de Ciências do Envelhecimento Humano, v. 6, n. 1, 2009.

 

ORDONEZ, Tiago Nascimento; LIMA-SILVA, Thaís Bento; CACHIONI, Meire. Subjective and psychological well-being of students of a university of the third age: benefits of continuing education for psychological adjustment in the elderly. Dementia & neuropsychologia, v. 5, n. 3, p. 216-225, 2011.

 

ORDONEZ, Tiago Nascimento; CACHIONI, Meire. Motivos para frequentar um programa de educação permanente: relato dos alunos da universidade aberta à terceira idade da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, v. 14, n. 3, p. 461-474, 2011.

 

REJESKI, W. Jack; MIHALKO, Shannon L. Physical activity and quality of life in older adults. The Journals of Gerontology Series A: Biological sciences and medical sciences, v. 56, n. suppl_2, p. 23-35, 2001.

 

SILVA, Flavia Pereira da et al. Crenças em relação à velhice: bem-estar subjetivo e motivos para frequentar Universidade da Terceira Idade. 1999.

 

STINGER, Leo et al. Social determinants of multimorbidity and multiple functional limitations among the ageing population of England, 2002–2015. SSM-population health, v. 8, p. 100413, 2019.

 

VERAS, Renato Peixoto; CALDAS, Célia Pereira. Promovendo a saúde e a cidadania do idoso: o movimento das universidades da terceira idade. Ciência & Saúde Coletiva, v. 9, p. 423-432, 2004.

 

WORLD HEALTH ORGANIZATION World report on ageing and health. 2015. Disponível em: http://apps.who.int/iris/bistream/10665/186463/1/9789240694_eng.pfd.

Acesso em: 20 jun. 2019

 

ZIELIŃSKA-WIĘCZKOWSKA, Halina; KĘDZIORA-KORNATOWSKA, Kornelia; CIEMNOCZOŁOWSKI, Waldemar. Evaluation of quality of life (QoL) of students of the University of Third Age (U3A) on the basis of socio-demographic factors and health status. Archives of gerontology and geriatrics, v. 53, n. 2, p. e198-e202, 2011.