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Timed Up and Go: segundos ou aceleração para medir risco de quedas em idosos saudáveis?
Paula Costa Castro, Giovana Fondato Costa, Patricia Bet

Última alteração: 2021-02-25

Resumo


Introdução: O crescente aumento do número de idosos trouxe uma nova realidade aos parâmetros de saúde da população. Pela sua menor resiliência no que diz respeito à sua adaptação às alterações ambientais, os idosos são mais vulneráveis ao desenvolvimento de doenças crônicas. Uma das doenças crônicas mais prevalentes é a instabilidade postural e quedas, que atinge cerca de 30% dos maiores de 60 anos. Por isso, a prevenção e rastreio da instabilidade postural e quedas é uma das demandas de atenção em saúde pública. A fim de detectar risco de quedas nos idosos, foram desenvolvidos testes de capacidade funcional, e um dos mais utilizados é o teste Timed up and Go (TUG) que avalia a capacidade funcional dos idosos, por meio da observação do seu equilíbrio, velocidade de marcha e sua mobilidade física. Entretanto, sua sensibilidade para populações consideradas ativas e saudáveis não é significativa. A análise da marcha por meio de características extraídas de sensores inerciais pode ser uma alternativa aos testes funcionais e vem se mostrando mais sensível para tal função. Entretanto, há uma lacuna na literatura em relação à validade convergente entre os segundos necessários para realização do TUG e as características extraídas do acelerômetro. Objetivo: Investigar a validade convergente entre os recursos de aceleração e os segundos necessários para realizar três variações de teste TUG simples e suas variações motora e dupla tarefa. Metodologia: Foi utilizado um banco de dados de um estudo prospectivo do Laboratório de Pesquisa em Tecnologias Assistivas para Moradia e Independência no Envelhecimento Saudável (L-TAMIE). Esse estudo contou com uma amostra de 73 idosos ativos e saudáveis ​​que não caíram durante um ano e que viviam na comunidade (São Carlos-SP, Brasil). Esses idosos usaram um acelerômetro triaxial localizado na cintura ao realizar o TUG simples e suas variações motora e dupla tarefa. Foram extraídas características de entropia, frequência e amplitude de sinal a partir dos dados brutos de acelerometria. A análise dos dados foi conduzida a partir da realização da validade convergente, por meio de coeficiente de correlação de Pearson, entre os segundos necessários para realização do TUG e as características extraídas. Resultados: Dos 73 participantes, 41 (56.16%), foram mulheres. A idade média foi de 70,16±6,79 anos; a idade máxima foi de 88 anos e a mínima de 60 anos. A incidência de quedas nesta amostra foi de 27,4%, sendo representativa da população mundial. Houve fraca magnitude de correlações entre dados de aceleração e os segundos necessários para realização do TUG simples e suas variações. Observou-se correlação de moderada a forte entre as variáveis ​​extraídas do sinal de acelerometria e forte correlação entre as variações do TUG. Conclusão: Este resultado demonstra que, apesar de serem usados para medir os mesmos constructos (risco de quedas na população idosa), não existe correlação entre os segundos necessários para realização do TUG e as variáveis de acelerometria extraídas durante a realização do teste.