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HISTOLOGIA DO PEIXE Oreochromis niloticus EXPOSTO AO FUNGICIDA FOX (TRIFLOXISTROBINA E PROTIOCONAZOL) EM CONDIÇÕES LABORATORIAIS
Bruna Lopes Osco, José Augusto de Oliveira David

Última alteração: 2021-02-25

Resumo


O surgimento da Revolução Verde em meados do século XX trouxe consigo a alta dependência de defensivos agrícolas a fim de manter uma produção em larga escala. No entanto, o uso exacerbado e errôneo dessas substâncias pode desequilibrar os ecossistemas terrestres e aquáticos, provocando impactos ambientais que comprometem a biodiversidade. Em ambientes aquáticos, o monitoramento da qualidade da água deve ser realizado com testes de avaliação das condições físico-químicas atrelados a ferramentas que acatam uma visão abrangente do habitat, como a utilização de biomarcadores histopatológicos. Sabendo disso, diversos autores analisam prioritariamente as brânquias e fígados de peixes como biomarcadores de contaminação ambiental, por serem órgãos vulneráveis que entram em contato direto com os contaminantes da água devido à maior exposição dos capilares sanguíneos a eles, e pela biotransformação de substâncias tóxicas, respectivamente. Assim sendo, o presente trabalho busca verificar a ação dos componentes de um fungicida amplamente utilizado no Brasil (FOX®) em espécimes de Oreochromis niloticus através de análises histopatológicas de seus tecidos hepáticos e branquiais. Para isso, os peixes obtidos de piscicultores locais serão aclimatados em cinco caixas plásticas com 15 litros de água e 10 peixes em cada. Em seguida, os peixes serão expostos a diluições do defensivo agrícola em questão, sendo elas 2000x, 3000x, 4000x e 5000x em relação à concentração proposta pela bula, a quinta caixa será mantida somente com água limpa, como controle negativo. Os peixes foram anestesiados, e amostras dos arcos branquiais e fígado foram retiradas e fixadas para posterior processamento histológico e análise, mas, apesar disso, o processamento das amostras não foi iniciado a fim de seguir as recomendações de isolamento social do Ministério da Saúde, pois os laboratórios foram fechados. Não obstante, foi observado que 68% do número total de peixes não sobreviveram, mais precisamente, 82,5% dos peixes expostos ao fungicida. Além disso, alguns comportamentos foram observados durante a exposição, entre eles notou-se comportamentos agonísticos de mouth fight, chasing e nipping, natação com inclinação corporal, natações erráticas, espasmos musculares, batimentos operculares anormais, imobilidade, entre outros. Portanto, os resultados podem indicar efeitos tóxicos e subletais em relação ao fungicida FOX em O. niloticus, mas os experimentos devem ser conduzidos com menores concentrações do fungicida e outras formas de administração do mesmo, com a finalidade de diminuir a taxa de mortalidade dos peixes e possibilitar a avaliação de parâmetros histológicos.