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APORTE DE SERAPILHEIRA EM DIFERENTES MODELOS DE RESTAURAÇÃO FLORESTAL EM ÁREAS DEGRADADAS
Gloria Fabiani Leão Costa, Lucas Florêncio Mariano, Fatima Conceição Márquez Piña Rodrigues

Última alteração: 2021-03-18

Resumo


O material orgânico depositado na camada superficial do solo é responsável pelos maiores teores de nutrientes e a atividade decompositora dos microrganismos estão associados ao acúmulo desses nutrientes1 sendo estes, fatores significativos para acelerar o processo de sucessão ecológica2. Sendo assim, o aporte da serapilheira pode ser empregado como bioindicador de restauração de processos ecológicos3,4.

Este trabalho teve como objetivo analisar o aporte de serapilheira em diferentes modelos de restauração, comparando sua variação com densidade, composições distintas e a variação sazonal destes processos como bioindicadores da restauração ecológica.

O experimento foi instalado em 2013 na região de Itu, São Paulo, com três blocos em esquema fatorial e 10 tratamentos em quatro diferentes espaçamentos: 1 x 0,3 (denso), 1 x 1 m (adensado); 2 x 1 m (semi-adensado) e 3 x 2 m (convencional), com a mesma composição, porém diferentes proporções de espécies por grupos ecológicos. A serapilheira foi amostrada bimestralmente no ano de 2019, com início em fevereiro e término em dezembro.

O aporte médio total de serapilheira foi de 7,92 Mg ha-1 ano-1. O modelo denso apresentou o maior aporte anual (0,67 ± 8,9 Mg ha-1), e o modelo convencional, o menor aporte (0,43 ± 5,6 Mg ha-1). O aporte nos modelos mais densos (denso, adensado e semi-adensado) apresentaram as maiores médias se comparados ao convencional. A média total de aporte foi superior nos tratamentos onde os Grupos Ecológicos eram compostos majoritariamente por espécies não pioneiras, independente da densidade de plantio. Ocorreu maior aporte total nos meses secos (4,46 Mg ha-1), se destacando o mês de Agosto (1,90 Mg ha-1).

Os resultados do aporte total sugerem que na área estudada está ocorrendo a recuperação dos processos ecológicos envolvidos na ciclagem de nutrientes da recomposição florestal; as médias de aporte dos modelos mais densos sugerem que esses espaçamentos possam ser os mais adequados para a recuperação mais rápida dos processos ecológicos; a proporção das espécies de grupos ecológicos das não pioneiras, independente dos modelos de espaçamento, se mostrou representativo. Com base nos resultados sugere-se a utilização de modelos mais densos, com predomínio de espécies não pioneiras visando a restauração da ciclagem de nutrientes.



Palavras-chave


Densidade de plantio. Deposição. Floresta Estacional Semidecidual.

Referências


1PEREIRA, M. G., MENEZES, L.F.T., SCHULTZ, N. Aporte e decomposição da serapilheira na Floresta Atlântica, Ilha da Marambaia, Mangaratiba, RJ. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 18, n. 4, p. 443-454, out.-dez., 2008.

2EWEL, J. J. Litter fall and leaf decomposition in a tropical forest succession in eastern Guatemala. Journal of Ecology, v.64, n.1, p.293-308, 1976.


3SPERANDIO, H.V., CECÍLIO, R.A., SILVA, V.H., LEAL, G.F., BRINATE, I.B. & CALDEIRA, M.V.W. Emprego da serapilheira acumulada na avaliação de sistemas de restauração florestal em Alegre-ES. Floresta e Ambiente 19: 460-467, 2012.

4CORREIA, G.G.S., MARTINS, S.V.M., MIRANDA, N. A. & SILVA, K.A. Estoque de serapilheira em floresta em restauração e em Floresta Atlântica de Tabuleiro no Sudeste brasileiro. Revista Árvore 40: 13-20, 2016.