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PERFIL EPIDEMIOLÓGICO E CLÍNICO DE MULHERES BRASILEIRAS COM DISMENORREIA
Mariana Arias Avila Vera, Geovanna de Araujo Braz

Última alteração: 2021-02-25

Resumo


Introdução: A Dismenorreia, também conhecida como cólica menstrual, é o sintoma ginecológico mais comum entre mulheres adolescentes e jovens adultas, muitas vezes subestimada, podendo levar a alto grau de absenteísmo e diminuição da qualidade de vida. Entretanto, não há clareza ainda sobre qual o perfil epidemiológico e clínico de mulheres brasileiras com dismenorreia. Objetivo: Verificar a prevalência e a representação dessa desordem ginecológica em mulheres brasileiras. Métodos: Este é um estudo transversal. Participaram deste estudo 4190 mulheres em idade reprodutiva com relato de Dismenorreia, cuja intensidade da dor fosse maior ou igual a 4 pontos na Escala Numérica da Dor e uso estável de medicamentos. Como critérios de exclusão foram desconsiderados os dados de mulheres que apresentassem casos de amenorreia, mulheres gestantes ou puérperas. As participantes do estudo responderam um questionário online, hospedado pela plataforma Google Forms, que foi amplamente divulgado em mídias sociais. O questionário era composto por 38 questões múltipla-escolha, contendo questões sociodemográficas e acerca da história ginecológica. Resultados e Discussão: Analisou-se 4190 respostas de mulheres com média de 26,3±6,9 anos e idade média de menarca de 11,4±1,9 com maioria das respostas foram da região Sudeste e de universitárias e com nível superior completo. A maioria das mulheres têm dor de intensidade moderada (4-7 na escala numérica de dor de 0-10) no período menstrual, e utiliza métodos alternativos para alívio da dor, como uso de termoterapia (bolsa de água quente) e chás. Não houve correlação significativa entre o uso de métodos não farmacológicos e a END para a dor nos últimos 5 anos. Conclusão: Concluiu-se que, a dismenorreia é presente na vida de mulheres brasileiras de diferentes faixas etárias e localidades. A dor média é moderada, e a grande maioria usa um ou mais métodos não farmacológicos para alívio dos sintomas. A cólica menstrual não deve ser o único sintoma a ser avaliado durante a menstruação, levando em consideração a mulher como um todo, e as alternativas por ela escolhida para alívio dos sintomas.


Referências


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