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Descrição de sequência de tarefas para avaliar habilidades pré-aritméticas em crianças por meio de jogo digital Korsan
Cleiton dos Santos Silva, Gabriele Gris, João dos Santos Carmo

Última alteração: 2021-02-25

Resumo


Introdução

Existem desafios na educação brasileira em matemática, as avaliações conduzidas pelo INEP em conjunto da OCDE, por meio do PISA (Programa Internacional de Avaliação dos Estudantes).

Mostram que os estudantes do Brasil têm escores significativamente mais baixos do que os países da OCDE, e é menor que alguns países da américa latina como, Peru, Colômbia e Costa Rica  [1].

Essas dificuldades têm chamado atenção dos pesquisadores, para investigar em como o conhecimento matemático é adquirido e como ele se desenvolve. Quando falamos de relações funcionais aprendidas entre estímulos e respostas definidas como anteriores à apresentação de repertorio aritmético, estamos falando de comportamentos pré-aritméticos, como exemplo, ordenar, identificar numerais, contagem etc. [2], [3].

Jogos têm sido uma alternativa positiva e eficaz para o ensino de relações condicionais na matemática [4]–[6]. Jogos educativos normalmente são desenvolvidos com atividades planejadas para serem reforçadoras com que permitam também cuidadosa coleta de dados e o aumento da complexidade gradual.

O jogo Korsan [4] foi desenvolvido em tabuleiro baseado em rede de relações condicionais para auxiliar crianças na resolução de adição e subtração, também foram avaliadas versões digitais do jogo posteriormente, porém ambos estudos, não ensinaram ou avaliaram comportamentos pré aritméticos, A proposta deste trabalho foi construída a partir do desenvolvimento de uma nova versão digital do jogo com acréscimo de tarefas para avaliar esses comportamentos. Uma etapa importante no desenvolvimento de um instrumento de avaliação é a validação de seu conteúdo por juízes especialistas que ajudam a decidir quais devem ou não permanecer no instrumento.

Objetivo

Analisar o conteúdo de um jogo digital (Korsan) para avaliação de comportamentos pré-aritméticos.

Metodologia

Participaram três juízes especialistas, sendo dois doutores em psicologia e um doutor em Educação Matemática. Os dados foram coletados por meio de um formulário composto de 70 itens apresentadas em formato de capturas da tela. Para cada comportamento descrito, havia uma tarefa correspondente no jogo. Os juízes deveriam escolher entre três opções: a) A tarefa apresentada no jogo é adequada para avaliar comportamentos pré-aritméticos e corresponde à tarefa do enunciado, b) A tarefa apresentada no jogo é adequada para avaliar comportamentos pré-aritméticos e corresponde à tarefa do enunciado. Entretanto, ajustes são necessários, ou c) A tarefa apresentada no jogo não é adequada para avaliar comportamentos pré-aritméticos ou não corresponde à tarefa do enunciado. Em caso de escolha das alternativas b ou c, os juízes poderiam fazer sugestões de melhoria.

Resultados e conclusões

Os resultados permitiram identificar que os itens encontrados no jogo têm validade operacional e de constructo teórico, uma vez que a maioria das tarefas foi considerada adequada pelos especialistas. Cinquenta e nove porcento dos itens não receberam sugestões, 34% receberam apenas de um juiz e 7% de dois juízes, nenhum item foi classificado como não adequado. As sugestões dos juízes eram em sua grande maioria de dificuldades sobre os aspectos visuais (76%) e não necessariamente sobre o conteúdo de suas atividades. Os itens que receberam sugestões estão sendo revisados, para aplicação com o público-alvo, e continuidade a pesquisa.

 

 


Palavras-chave


Avaliação de conteúdo; Jogo digital; Relações funcionais; Avaliação educacional; Matemática

Referências


[1]       INEP, “Relatório Brasil no PISA 2018: Versão preliminar”, Ministério da Educação. Intituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira, Brasília, 2019. Acessado: fev. 02, 2021. [Online]. Disponível em: https://download.inep.gov.br/acoes_internacionais/pisa/documentos/2019/relatorio_PISA_2018_preliminar.pdf.

[2]       P. M. de A. Gualberto, P. E. Aloi, e J. S. Carmo, “Avaliação de habilidades pré-artiméticas por meio de uma bateria de testes”, Revista Brasileira de Análise do Comportamento, vol. 5, no 2, p. 21–36, 2009, doi: 10.18542/rebac.v5i2.928.

[3]       J. S. Carmo, “Comportamento conceitual numérico: Um modelo de rede de relações equivalentes”, Tese de Doutorado não publicada, Universidade Federal de São Carlos, 2002.

[4]       G. Gris, S. R. Souza, e J. S. Carmo, “Efeitos de um dominó digital adaptado sobre resolução de problemas de adição”, CES Psicología, vol. 11, no 2, p. 111–127, 2018, doi: http://dx.doi.org/10.21615/cesp.11.2.10.

[5]       M. C. J. Godoy, H. W. Alves, P. Xander, J. S. Carmo, e S. R. Souza, “Ensino de equivalência monetária por meio de um jogo de dominó adaptado”, Acta Comportamentalia, vol. 23, no 2, jun. 2015, Acessado: ago. 20, 2017. [Online]. Disponível em: http://www.revistas.unam.mx/index.php/acom/article/view/50102.

[6]       G. Gris, H. W. Alves, G. J. A. Assis, e S. R. Souza, “Utilização de jogos adaptados para avaliação de habilidades matemáticas e monetárias”, Temas em Psicologia, vol. 25, no 3, p. 1139–1152, 2017, doi: 10.9788/TP2017.3-12Pt.