Portal de Eventos CoPICT - UFSCar, XXVII CIC e XII CIDTI

Tamanho da fonte: 
Impacto da força isométrica do músculo quadríceps no desempenho dos testes funcionais em pacientes com DPOC em acompanhamento longitudinal
Marcela Maria Carvalho da Silva, Lucas Alves Cassiano de Oliveira, Valéria Amorim Pires Di Lorenzo

Última alteração: 2021-02-25

Resumo


Introdução: Pacientes com a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) apresentam inflamação pulmonar e sistêmica, levando a sintomas como dispneia, fraqueza e fadiga muscular, principalmente de membros inferiores, limitando a capacidade física e funcional. Sendo assim, é de fundamental importância, investigar a influência que a força isométrica dos músculos dos membros inferiores exerce na capacidade ao exercício. Objetivos: O presente estudo teve como principal objetivo verificar se há correlação e o quanto a força muscular isométrica do quadríceps explica a variabilidade do desempenho do teste de degrau de seis minutos (TD6), teste de sentar e levantar de um minuto (TSL1) e teste de caminhada de seis minutos (TC6) e verificar se a força muscular isométrica do quadríceps tem associação com desfechos clínicos (hospitalização, exacerbação e óbito) de pacientes com DPOC em acompanhamento por seis meses. Métodos: O estudo foi do tipo observacional, longitudinal no qual foram selecionados indivíduos com idade entre 50-85 anos, com diagnóstico clínico e espirométrico de DPOC, em acompanhamento médico, estabilidade do tratamento medicamentoso e ausência de exacerbação, nas últimas 4 semanas. Os pacientes foram avaliados no primeiro dia, por meio da espirometria e teste de força muscular de quadríceps com o uso do dinamômetro portátil MicroFet®2; no segundo dia foram submetidos a um TD6 e ao TSL1. No terceiro dia foram realizados dois TC6 seguindo as normas da American Thoracic Society. Para análise dos dados, foi considerado o desempenho nos testes funcionais e a força muscular isométrica de quadríceps. Os dados foram analisados pelo programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS) e para todas as analises, foi considerado um p< 0.05. Resultados: A força muscular isométrica de quadríceps se correlacionou e explicou a variabilidade dos testes funcionais TD6 (r=0,29; p=0,002), TC6 (r=0,31; p=0,023) e TSL1 (r=0,35; p=0,001). Não houve correlação entre a variável força muscular isométrica de quadríceps e as variáveis exacerbação, hospitalização e óbito. Houve correlação fraca (r=0,484; p=0,000) entre as variáveis força muscular isométrica de quadríceps e o relato da prática de atividade físicas dos pacientes durante o período de seis meses de acompanhamento. Conclusão: A força muscular isométrica de quadríceps se correlacionou e foi capaz de explicar a variabilidade dos os testes funcionais (TD6, TC6 e TSL1), principalmente com o TSL1, explicando 35% da variabilidade deste teste.


Palavras-chave


DPOC; força muscular de quadríceps; testes funcionais

Referências


ANDREWS, A. Williams; THOMAS, Michael W.; BOHANNON, Richard W. Normative values for isometric muscle force measurements obtained with hand-held dynamometers. Physical therapy, v. 76, n. 3, p. 248-259, 1996.

ATS Statement: guidelines for the six-minute walk test. Am J Respir Crit Care Med. 2002; 166(1):111-7.

BRYMAN, A.; CRAMER, D. Quantitative Data Analysis for Social Scientists (2ª Edição). 1995.

BUTCHER, S. J. et al. Relationship between ventilatory constraint and muscle fatigue during exercise in COPD. European Respiratory Journal, v. 33, n. 4, p. 763–770, 2009.

CROOK, S. et al. A multicentre validation of the 1-min sit-to-stand test in patients with COPD. European Respiratory Journal, v. 49, n. 3, p. 1–11, 2017.

DAL CORSO, S. A step test to assess exercise-related oxygen desaturation in interstitial lung disease. Eur Respir J, v. 29, n. 4, p. 330–336, 2007.

DIVO, M. et al. Comorbidities and risk of mortality in patients with chronic obstructive pulmonary disease. American Journal of Respiratory and Critical Care Medicine, v. 186, n. 2, p. 155–161, 2012.

EISNER, M. D. et al. COPD as a Systemic Disease: Impact on Physical Functional Limitations. Am J Med, v. 121, n. 9, p. 789–796, 2008.

ENRIGHT, P. L. The Six-Minute Walk Test Introduction Standards and Indications 6-Minute Walk Test Versus Shuttle Walk Test Safety Variables Measured Conducting the Test Ensuring Quality Factors That Influence 6-Minute Walk Distance Interpreting the Results Improving the. Respiratory Care, v. 48, p. 783–785, 2003.

HOPKINSON, N. S. et al. A prospective study of decline in fat free mass and skeletal muscle strength in chronic obstructive pulmonary disease. Respiratory Research, v. 8, p. 1–8, 2007.

ICHNOSE, M. Inflamatory mechanisms in bronchial asthma and COPD. Tohoku J Exp Med, v. 200, p. 1–6, 2003.

IWAMA AM, Andrade GN, Shima P, Tanni SE, Godoy I, Dourado VZ.  The six-minute walk test and body weight-walk distance product in healthy Brazilian subjects. Braz J Med Biol Res. 2009; 42(11):1080-5.

KIM, Ho Cheol; MOFARRAHI, Mahroo; HUSSAIN, Sabah NA. Skeletal muscle dysfunction in patients with chronic obstructive pulmonary disease. International journal of chronic obstructive pulmonary disease, v. 3, n. 4, p. 637, 2008.

LAYEC, G. et al. Oxygen delivery and the restoration of the muscle energetic balance following exercise: implications for delayed muscle recovery in patients with COPD. American Journal of Physiology - Endocrinology And Metabolism, v. 313, n. 1, p. E94–E104, 2017.

MAN, W. D.-C. et al. Skeletal muscle dysfunction in COPD: clinical and laboratory observations. Clinical Science, v. 117, n. 7, p. 251–264, 2009.

MARRARA, K. et al. Responsividade do teste de degrau de seis minutos a um programa de treinamento físico em pacientes com DPOC. v. 38, n. 5, p. 579–587, 2012.

O’SHEA, S. D.; TAYLOR, N. F.; PARATZ, J. D. Measuring Muscle Strength for People With Chronic Obstructive Pulmonary Disease : Retest Reliability of Hand-Held Dynamometry. Arch Phys Med Rehabil, v. 88, n. January, p. 32–36, 2007.

PESSOA, B. V et al. Validity of the six-minute step test of free cadence in patients with chronic obstructive pulmonary disease. Brazilian journal of physical therapy, v. 18, n. 3, p. 228–36, 2014.

SANTOS D.M. Força muscular de quadríceps, distância percorrida e capacidade pulmonar em pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica.Trabalho de conclusão de curso. Universidade Federal de Sergipe- Departamento de Fisioterapia. Sergipe.2017

SEYMOUR, J. M. et al. The prevalence of quadriceps weakness in COPD and the relationship with disease severity. European Respiratory Journal, v. 36, n. 1, p. 81–88, 2010.

SOCIETY, A. T. ATS Statement: The Six-Minute Walk Test. Am J Respir Crit Care Med, v. 166, p. 111–117, 2002.

STRASSMANN, A. et al. Population-based reference values for the 1-min sit-to-stand test. International Journal of Public Health, v. 58, n. 6, p. 949–953, 2013.

ZUWALLACK, R. Physical activity in patients with COPD : the role of pulmonary rehabilitation Aktywność fizyczna chorych na POChP : znaczenie rehabilitacji oddechowej. p. 72–76, 2009.

ZUNIGA DOURADO, V. et al. Manifestações sistêmicas na doença pulmonar obstrutiva crônica* Systemic manifestations in chronic obstructive pulmonary disease. J Bras Pneumol, v. 32, n. 2, p. 161–71, 2006.